2.6.15

Lá Pras Vinte e Uma

São 21h23 e eu já olhei sete vezes para o relógio.
Ele não anda. 
Parece que quando mais se aproxima de um "oi" chegar o tempo para.
E depois que chega, ele voa.
Confesso que odeio a parte do "boa noite".
Odeio clichês também, mas parece que com você é mais gostoso de usar.

21h25 e esse documentário me faz querer escrever somente em inglês e nessa, eu lembro que sua mente deve estar acumulada de informações que não farei isso. Simplificarei para você.
21h40 me afundei na visão da cegueira que retrata Saramago.
Quase desacredito e começo a imaginar o barulho do portão se abrindo e a janta pronta no seu prato.
Deixei em cima do fogão, caso eu pegasse no sono, mas só caso mesmo, porque sono...
Continuei a imaginar o banho cansado e a cama quente que deixei te esperando.
Computador ligado e todo o resto das horas com você.

21h53 você chegou!
Meu coração vibrou.
O cérebro voltou.
E o documentário, ainda que não, acabou.
Agora, pra mim, só existe você.

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