26.3.09

Luz, Câmera, Ação

Se algum dia eu parasse para escrever sobre nós, pensaria em algo grande.
Algo onde eu pudesse colocar toda a sede que a gente tem dessa vida. Tudo detalhadamente mostrado.
Eu não sei quanto tempo eu teria se fosse uma novela. Não gosto da ideia de prazos. E também não saberia dividir em capítulos, me perderia nos dias. Eu precisaria de algo mais.
Eu faria um filme! Desses independentes, sem pretensão alguma, mas que no final rendem prêmios. Só uma ideia na cabeça e uma câmera na mão.

Pro meu roteiro - se é que ele existisse - eu separaria de cada um as melhores feições, as gargalhadas mais gostosas, as frases mais inusitadas. Tudo sonoramente pensado. Pro making off eu separaria a má fase, os dias ruins, aquilo que não deu certo. Porque dessa forma é que são encaradas as coisas que não saem do jeito que a gente imagina. Corta. Começa e faz de novo. Quantas vezes for preciso e sem guardar ressentimentos.

Na nossa trilha todos os sons seriam bem vindos. Apesar de alguns de nós não dançarem conforme a música. Nosso filme talvez não entrasse em cartaz. Não por trazer cenas censuradas, mas por que a censura ainda não é capaz de barrar a inveja. E também (ainda) não protege contra dor de cotovelo.
O figurino? Eu não parei pra pensar no figurino. Mas seria algo entre o mainstream e o underground.
Um filme calmo, com algumas paisagens, porém um filme intenso. Com a duração que cada um quisesse dar.

A cena final seria escrita como a continuação de algo que nunca termina. Num cenário colorido, a alegria da festa atingiria até os mais desacreditados, os carentes de sorriso e até aquelas pessoas que perderam o jeito de como é que se faz.
Com a câmera captando de cima somos cinco abraçados em meio a uma multidão que nos rodeia. O som alto não impedia de ouvir uns soluços emocionados e alguns ruídos que de lá saíam. Nessa hora, o quadro fecha em nós e aquela música se faz tocar. Mesmo que só pra nós.
Permanecemos assim sem querer que chegue a hora de levantar da poltrona, que acendam as luzes e subam os créditos.
E assim ele não se faz.
A cena congela.
Somos um e milhares de pessoas a nos olhar.

25.3.09

Eu te amo?

"Eu te amo não é bom dia", frase dita por um anônimo qualquer ou autônomo que amava alguém.

Não amava. Era a única coisa que sabia dizer para se sair bem nas situações tenebrosas. Não se diz eu te amo assim da boca pra fora, todo dia, toda hora. Tem de ser forte, vir de dentro, buscar o olho e ser verdade. Não precisa ser recíproco, mas tem de fazer nascer um sorriso, parar uma lágrima. Não é um grito de socorro e nem pode ser usado como moeda. Passou por mim um milhão de vezes. Não me compraram, eles é que se venderam sem nada levar. Lamentável. Há de se ter medo desse ser que é humano, mas que não aprende e é incapaz de amar. Sozinho, tem alguns dos seus fingindo dizer o que se esquece minutos depois. Pode olhar, em qualquer relação um desses há de achar.

20.3.09

Dezfina-se

(em 10 segundos, 10 frases, 10 dias, 10 vezes)

Mulher em constante movimento. Mulher pra quem de longe vê. Criança pra quem de perto enxerga. Ama absurdamente profundo aquele da forma que lhe convém amar. Apaixona-se. Se entrega. Desapego. Palavra-chave. Quando chora, ri. Nenhuma decisão tomada até aqui. Mas fala por si e por quem vier de lá ou de cá. Deixa marcas acolá. Vai longe. Pra longe. Passos leves. De se admirar. Fez do sonho a vida. A girar.

18.3.09

desordem

Engraçado como as coisas mudam de uma forma inesperada.
Rápido. De repente.
Você sai pra olhar a janela e quando volta várias coisas já estão fora do lugar.
Deve ser o vento que bate forte por aqui. Evito fechar a janela e arrumar o estrago. Não, não é uma negação da realidade. Mas o medo de colocar as coisas em ordem e descobrir que você já não estava preso na desordem.

Sonhos II

Hoje eu tive aquele lance do sonho outra vez.
A mesma pessoa agora vestida de branco.
Não a toquei, como das últimas vezes, mas a senti como se fosse real.
Explicações não achei.
Mas sorria e tinha os olhos vidrados em mim como quem diz "te amo".

Pisquei e ela se foi sem nada dizer, como da última vez.

11.3.09

quando chove

Eu gosto quando chove.
Quando pequena não gostava dos trovões, hoje os aceito melhor.
Daqui da janela dá pra ouvir os carros passando no chão molhado e já nem preciso forçar a imaginação pra ver que os respingos deixados pelos pneus vão molhar quem vier logo atrás.
Às vezes, daqui da janela, também dá pra ouvir os pingos mais fortes e o vento que chega a balançar. Dormindo, eu já tive muito medo.

Hoje, pra entrar de uma vez nessa viagem molhada ligo o som. Quase sempre funciona.
E cada dia que chove vou pra um lugar diferente.
Há pouco estava na estrada, num dia frio, com vidros embaçados e ninguém por perto. O caminho eu conhecia bem, só não sei dizer porque é que eu fui parar por lá outra vez. Por ora ninguém me conhece por aquelas bandas, não sobrou um sequer pra contar a história, como dizem por aí. O engraçado é que eu consegui de fato visualizar algumas pessoas. Os lugares por onde passei. Consegui lembrar como tudo ficava quando chovia por lá também. Algo me diz que eu voltei só pra ter a certeza de como era bom e de como poderia ter sido melhor.
Quem sabe numa outra viagem, uma nova capa de chuva, um outro dia frio ou quando chover novamente.
Eu gosto quando chove.

10.3.09

TOP 5

Mallu Magalhães - J1
Marcelo Camelo e Mallu Magalhães - Janta
Matt Costa - Sunshine
Lady Gaga - Just Dance
Jonh Mayer - Free Fallin

7.3.09

Fenomenínthians

Eu não sei se eu gosto de futebol. Tenho um time grande de coração desde criança.
Penso ser um bom começo. Não conheço estádios, no máximo o Maracanã do alto (e longe), não vi clássicos, muito menos meu time em campo mais perto de mim. Até hoje jogo sempre foi sinônimo de bar ou churrasco ou vamos-fazer-alguma-coisa-porque-é-dia-de-jogo.
Mas confesso, que, com esse falatório sobre o Ronaldo no Timão, eu parei cinco minutos para conferir a sua estréia. E foram oa cinco minutos mais arrepiantes da minha vida, futebolísticamente falando.
Chorei.
Pode soar ridículo para um Corinthiano não praticante dizer que ficou emocionado. Mas eu desafio qualquer um de vocês a ouvir uma nação fiel e não se sentir diferente.
Quarta-feira eu descobri o que é ser Corinthiano, o que é ser "louco por ti Corinthians".
Oba, Domingo tem mais.

3.3.09

pra ganhar teu coração

Eu queria quebrar esse gelo,
pular a barreira e ser campeão.
Desfazer esse laço que me traz o teu abraço
em forma de coração.

Se eu pudesse lhe traria os desenhos feitos nas nuvens
em forma de algodão.
E se eu tivesse coragem, te levaria até o céu
para quem sabe vê-los de perto.

Mas eu não sou atleta e tampouco tenho um balão;
quem sabe um dia eu viro poeta, escrevo um bilhete
e ganho o seu coração.

2.3.09

eunãoseidizersobreessasaudadequeadistânciacriou.
masaoolharcada(velha)fotosoucapazdedizerquenadamudou.