29.3.10

Dezfina-se

(em 10 segundos, 10 frases, 10 dias, 10 vezes)

- Buzina, grita, faz barulho, arroaça, deixa o carro no meio da rua, pára o trânsito.
Faz alguma coisa para chamar atenção.

- Ela não precisa, basta sair de casa. Mas ninguém a vê por aí, tem chamado toda atenção dentro de quatro paredes. Não arrisco a varanda. É mais bonita dentro do que fora do concreto que a protege.

- Mas o barulho todo foi para camar a minha atenção.
E conseguiu.
Bastou uma música, uma vez. Feito. Me tinha por inteiro, alma e coração.

- De fato a rua não é o teu lugar. Teu passo sagrado vale milhões.
Se na rua insistir penso em New York, Paris. É o mínimo para o momento. É o que vale o teu trejeito.

- A saudade já faz parte desse olhar tão penetrante, coisa boa que acostuma e dá outro sabor à vida. Às nossas vidas, quem sabe.
Agradeço a Deus por ter por perto quem me quer tão bem. A gente sente.
Mas, se é de meu direito um pedido lhe farei: ilumine os passos meus porque os dela guiarei.

23.3.10

vou tentar

é um vazio, uma mistura de sentimentos.
uma coisa ruim que toma conta do peito. nem sinto o coração bater.
já passei por isso, já senti outras vezes, mas assim de repente?
não tem graça, e não adianta repetir que é a lei da vida.
mas com amigo? pra que?
tirar quem dá a vida, se necessário, o ombro, o abraço, o beijo, o conforto.
Justo esse que busco agora pensando em você e não o tenho.
Imagina todas as outras coisas que vou procurar pensando em vc e não te encontrar.
E o pior é que pra te encontrar de novo eu vou precisar cometer uma loucura ou esperar por essa viagem que todos dizem, alguns prometem e ninguém garante.
Não me peça pra ser forte e não ter raiva da vida.
Vou tentar.

O Não Ter

Ele não é do tipo que me atrai à primeira vista.
Aliás, a última coisa que eu faria era me sentir atraída por ele.
Mas ele jogou forte.

Logo eu que sou chegada a perfumes caros e vinho do bom e ele com uma caixa inteira de cerveja dentro da barriga
Mas ele soube falar.
E falou tão bem.
Ou será que os outros é que não souberam falar?
Logo eu que gosto de jantar em restaurantes caros, onde o falar é o de menos.
E logo ele que não pode.

Mas ele tenta. Tenta todos os dias e sabe que não é em vão.
Justo comigo que nunca fui muito de tentar e acabei perdendo a cabeça.
E sabe de uma coisa? Não tô afim de olha pra trás e ver aonde é que ela foi parar.
Tá gostoso assim. Perigoso assim.

Mas ele gosta de correr perigo. Deve ser o tipo que manda flores.
Justo ele que não leva o menor jeito para príncipe. Ou eu que andei imaginando cavalos alados, príncipes encantados, castelos, princesas... eu... PÁRA!
Parei.

Mas ele me fez sentir tão perto.
Tão perto do proibido, do rotulado, do que pode nunca acontecer.

Mas ele faz planos, laça enredos e eu entrei de vez na sua história.
Pobre de mim que lacei ele no meu conto também.
Eu faço, ele adora.
Eu surto, ele ignora.
Eu durmo, ele vai embora. Corre pra outros braços, se perde em outras bocas e eu arrisco a dizer
que é pra me esquecer. Tô boba.

Mas ele não quer me esquecer.
Mergulho no sono pensando que amanhã cedo já é hora de te ter.
Eu não sei, mas ele sente.