30.12.10

Tudo o que a gente não fez durante esse tempo todo, a gente vai fazer agora.
E fizemos.
Não tinha nada pra fazer.

28.12.10

O Natal e o Tempo

O Natal tem cheiro de abraço. Fragrância de carinho. E um cheiro mais característico que se sobressai nessa época do ano, aqui na praça do lado de casa. Tão fora de ritmo caminha esse relógio do tempo que eu nem escrevi sobre o Natal. E eu queria muito. Tinha tanta coisa pra falar que não essas. Mas aí eu me perdi no tempo.

Retomei o fôlego e analisei.
Foi realmente um Natal corrido. Até o Papai Noel estava com pressa. Credo. Coisa estranha. Tudo bem que a pressa dele eu entendo e agradeço. Até.
Olha eu perdendo tempo com essas "besteiras".

Na Ceia's House pouco foi dito, nada foi esperado. A não ser os risos e as lágrimas ensaiadas parar entrar na cena certa. Quando eu vi faltavam quatro minutos para a meia noite e eu estava atravessando a rua de casa a passos largos. Estou indo levar o falso Noel para um banho que lhe devolveria a paz. É Natal e eu estou de frente para um cara todo suado dizendo por aí que entrega presentes e minha prima mais nova que agora, com o tempo, tá maior que eu e namorando o PAPAI NOEL.
Sério. Os tempos de hoje não são pra mim.

Voltei e nenhum abraço. Já tinham esquecido que era Natal?
- Mãe, Feliz Natal.
Foi tudo. Ou quase nada.
Alguns já foram embora.
Não deu pra tirar aquela foto que eu disse quando cheguei.
Faltou tempo.

Vem

Caretas são vocês que não sabem onde moram as coisas boas da vida.
Boas. Boas e puras. Transbordando sentimento. É a coisa mais emocionante da minha vida.
Me sinto viva: choro, corro, largo, grito e volto a gargalhar. Não estranhe se tudo for no mesmo dia.
Eu sou assim. Ora brava, penso, arrependo, beijo, esqueço e volto a sorrir, depois de chorar.
Somos loucos. Loucos sim. Nós somos (as)sim.
Louco é tú que tá de fora disso, cara. Larga logo essa gravata e vem perder a cabeça.
Vem nadar pra curar essa ressaca poluída que tu vive aí fora.
Corre ser melhor, ser maior, realizado.
Corre aqui pro meu lado e vem ver as coisas daqui.
Ser livre a toda hora. Tá na hora de acreditar.
Sonhe.

22.12.10

Acordei você

Acordei meio você.
Te procurei em velhas lembranças, resgatei velhos sorrisos.
Trombei em velhos e adoráveis abraços.
Pensei em te ligar.

Na última discussão eu perdi meu celular e todas as suas mensagens.
Depois da ultima discussão eu perdi você. Por isso hoje acordei sonhando.
E esperando que esses abraços me confortem de verdade,
que as lembranças sejam de hoje a tarde e não de muito tempo atrás.
Essas estão se apagando.

Ah o seu sorriso.
Me liga! Eu acabei de acordar.
Foi o verão.

19.12.10

Quero escrever e não consigo.
Ando lendo (demais) a vida alheia.
Tem um cara cantando na tv.
Ele tá me fazendo chorar com algumas coisas que ele fala
entre uma música e outra.
Saudade que invade o peito.
Quem sabe lidar?
Saiu e deixou um bilhete em cima da mesa.
Decidido escreveu:
"Quando eu te procurar, me lembra que fui eu quem te mandou ir embora."

18.12.10

Não é esse o amor.
É carinho.
Um caso do acaso.
Um colo.
Um abrigo.
Um laço.
Um beijo e do abraço,
um apertado dizendo tchau.

Você.

15.12.10

Ir embora

Eu nao quero te deixar ir embora
porque eu nao sou do tipo que deixa ir embora.
Mas assim como está, é melhor que você vá embora.

Antes de sair eu sei que você vai dizer que a culpa é minha
que eu pedi para que você fosse embora.
Já te expliquei essa parte também.

Eu nao gosto de despedidas.
Pela milésima vez, será que alguém pode ouvir? Eu não sei lidar com isso!
Como é que eu vou ficar olhando você pegar as suas coisas e fechar a porta e...
e não vai abrir. Tá entendendo a gravidade do problema?
Já to chorando.
Volta aqui dizendo que é brincadeira.
Que tem um presente enorme escondido debaixo da cama e tudo isso é ceninha pro Natal.

É capaz que eu corra pelas escadas pra alcançar o elevador cansado que desce agora te levando embora.
Você chega soluçando lá embaixo e eu já fechei a saída.

Pensei demais. Esse segundo já passou e você já foi.
Eu? To intacto no sofá olhando pra porta.

Quer saber? Que vá.
Eu gosto do que tá perto. E o perto tava longe há muito tempo.
Eu gosto do que eu posso cuidar de verdade e não me alinhar a mentiras. Ainda que sinceras.
Tenho defeitos também, eu sei, vários deles.
Que agora sao muitos se for contar aqueles estranhos que só você conseguiu enxergar.
E que no final você até achava simpático esse jeito estranho e confuso.
Um dia eu avisei, eu disse que eu vim pra confudir.

Mas agora você já foi.
E nem deu tempo de falar de você.
Sentirei saudades.

Óh lua

Óh lua, já sabes tu que o céu por ti
andas todo iluminado?
Sabes que nunca a vi tão linda.
E fui ao teu encontro, oh bela, mas há de saber
que não pude alcançar.
Rasgou me a visão e assim não permito lhes ver.

Sim, eu voltei.
És tempo de saber que és digna de todos os astros
acerca de ti. És única.

Antes de seguir viagem
permita-me tamanha imprudência:
entrego-lhes a noite.

Saibas que és por ti que procuro todas as noites.
Quero conhecer a tua luz, óh rainha.
A minha emoção se faz perante tua imagem.
Da minha noite, os meus sonhos.
Saberás quando realizados.

13.12.10

se todo caminho é traçado,
e toda linha é contínua
como agir com divergências?

se toda regra é quebrada
onde se esconderam os valores?
se sonhos são pra ser realizados
quem disse que era pra desistir?

pra todo mal há cura.
antes da cura a dor.
e onde há dor algo está errado.

se toda loucura é perdoada
e qualquer inocente perdeu a razão,
quem está no controle?

milhares se perderam por aí.
milhões se perderão.

não há mais sonetos
calaram o poeta.
toda nota perdeu o som
no vazio da escuridão.

se todo destino é certo
e pra cada seta há um alvo
prepare-se o próximo pode ser você.

6.12.10

Um domingo

Foi um domingo difícil
Começou muito cedo e
já muito pesado.
Um injeção de cara, dessas
que derrubam o dia da gente.
Mas passou.

Foi um domingo de prova.
desses que derrubam e alegram a gente.
E alegram a gente.

Foi um domingo de festas,
balões coloridos.
Um domingo dividido.
Um domingo que poderia ser

Um domingo qualquer
que passou e vai ser
um domingo difícil de
esquecer.

Afinal, em meio a dores,
foi um domingo difícil.
#V

2.12.10

A sua voz

Eu não reconheci a sua voz.
O único momento real e eu não reconheci a sua voz.
E eu esperei e... Não! Eu não deixei você ir embora assim, eu nem disse que era pra ser assim tão rápido. Se eu ainda quero? É claro que eu ainda quero. Só não esperava que fosse assim,a gora, hoje. Sei lá como eu esperava. Será que eu ainda to nessa de esperar?
Me perdi. Tá vendo? Não to colocando a culpa em você, mas confessa que me pegou de surpresa.
To rindo aqui igual criança. To feliz.
Achei engraçado esse sotaque. Você tá diferente.
É isso! Foi por isso que eu não reconheci a sua voz.

Eu não tô de brincadeira, fala que agora é o caminho final.
Tô com a bandeira na mão cruzando a linha de chegada. Vem?
Cadê você? Aqui onde? Eu não consigo ver.
Só não me fala que você voltou para os meus sonhos. Isso é muito chato!
Vamos, eu já estou aqui embaixo, estou de braços abertos.
Óh, eu não vou ficar aqui o tempo todo e ai de você se for demorar.
Fazer o que? Fazer nada. Eu não vou fazer nada. É modo de falar só.
Alô?
Que susto, achei que... alô?
Fala mais, não é pra eu rir, quero só ouvir a sua voz.

O que veio não pode completar. A ligação era à ficha e caiu ao cruzar com um coração acelerado.
Os últimos que viram contam que a movimentação foi grande por ali. Passos descompassados, boca seca, mãos trêmulas. Uma criança com todos os sonhos do mundo estampado nos olhos que agora brilham.
Nada disse por alguns instantes.
O vento soprou na janela da alma, mas ao invés de varrer o mal, só fez levantar as folhas secas que descansavam no buraco da dor. Quis chorar, ainda que com um sorriso carregado de felicidade.
Foi forte. Respirou fundo e voltou a viver.

28.11.10

Desabafo

Tenho tido intimidade com Deus.
Ele tem me mostrado algumas coisas, me dado de presente outras.
Mas essa eu nunca consegui.

Eu já pedi diversas vezes pra tirar esse lance de mim.
Algumas coisas Ele leva embora. É o bem.
Lance porque eu não consigo descrever o que é.
Eu não sei se é amor. Não. Amor é com certeza.
É saudade. São vontades. Que se arrastaram com o tempo junto comigo.
Eu posso talvez chamar de obsessão. Só sei que é.

Há pouco tempo eu não seria capaz de enxergar perfeitamente o teu rosto.
Nos meus sonhos tudo ainda era esboço.
E eu achando que era o fim. Que dali seria um novo tempo.
Bobagem.
Nada além de um mês. Retornava com força.
Era pior. E eu? Enlouquecendo.

Algo está (realmente) para acontecer.
Nesse último sonho já era tão real quanto o frio do inverno.
Os sinais.
De novo a tua voz. Que dia!
Talvez você tenha voltado.

Algo está (realmente) para acontecer.
E será a decisão. Eu vejo choros. Abraços.
Eternos abraços. Braços de quem guardou por anos os abraços pra te agradar.
E para algo (realmente) acontecer precisa de um encontro.
E está perto.
Muito perto.
É isso que me sangue. Me suga. Dói.
Corrói. Não sei do tempo.
Mais uma vez. Eu não sei do tempo.

Sei de sinais.
E todos me levam à você.

18.11.10

Tem dias

Você vai travar.
Sempre tem uma hora em que você trava.
Não pensa, não fala, não sai do lugar.
A mente não responde e o corpo se entrega.
Você luta por horas e nada, nada acontece.

Você pede a Deus pra que ele te ajude com o desespero.
Você chora. Sem motivo. Se esvazia de si mesmo. E chora outra vez.
Talvez isso não aconteça com frequencia.
Mas sempre tem um dia em que isso acontece.

Você não é fraco, não abaixa a cabeça e não é de se entregar.
Mas tem dias que você se desliga e não dá pra entender o porque.

Aí você toma um banho gelado, suas lágrimas se perdem com a água do chuveiro pela última vez naquele dia.
Mais tarde você dorme.
E amanhã acorda cheio e completo.
Novo e já sem memória do que aconteceu.
Não era eu.

12.11.10

Acabou?

Eu acho que acabou.
Ontem a noite eu reparei e você já não é a mesma pessoa.
Que postura é essa?
Você jamais abaixou a cabeça pra desviar do meu olhar. Qualquer que fosse.
Até os mais maliciosos você encontrou. E reclamou.
E agora? E agora, nada.

Eu acho mesmo que acabou.

Tanta simplicidade desfeita como um laço preso no melhor abraço.
Ou sei lá. Tá confuso pra mim.
A gente nunca soube lidar com a saudade, muito menos com essa falta de (con)vivência. Nunca.
Nunca aceitamos o vazio e desde então tudo é só silêncio.

O presente embrulhado há dias em cima da mesa releva a indiferença.
A falta de coragem - ou seja lá o que for que agora passa na sua cabeça- de encarar o que muitos chamam por aí de a última vez.

Talvez seja.
Feche a porta e não diga mais que eu nunca escrevi sobre você.

Para ler ouvindo: PInk - Love Song

10.11.10

Com você, todas as chances

O pior é saber que com você, todas as chances.
Mesmo sabendo que na primeira eu pouparia todas as outras.

Acordei com paixão acumulada e a culpa é do teu olhar.
No teu cheiro, me encharquei de paixão.
Queria te falar.
Contar do meu dia.
Invadir o seu.
Chegar de surpresa com aquela barra de chocolate que você adora.

Eu escrevi uma canção dessas de voz e violão que você tanto pede.
Quem sabe no intervalo daqueles filmes que separamos pra sábado a tarde.
Vai chover mesmo e eu... eu acho perfeito.
Já posso ver o ponto fixo que seus olhos vão cruzar. Você me beija e pede mais.

- É pra mim? - pergunta desdenhando a reposta.
Não sei o que responder, tais coisas não se explicam, se quer possuem alguma resposta plausível.
- É a primeira vez que alguém a ouve. Pode ser pra você -, convenci.
Sorriu acomodando-se novamente num espaço entre o sofá e a varanda, de onde sente o vento frio que a chuva fina traz. Agora, de frente pra mim, o ponto fixo sou eu.

Tenho frases guardadas em refrões que ainda nem mesmo criei. Há uma fila na espera de sentido.
Ainda que com você tenha todos eles, mas me esforço pra não lembrar pra evitar rotina, descaso e claro, pra todo dia poder te impressionar ao dizer 'bom dia'.

Algumas músicas depois... o violão descansa no canto do sofá enquanto a cama recupera o fôlego.

Faz sol na manhã dessa segunda. Você ainda dorme enquanto eu escovo os dentes.
Me despeço de ti com um beijo demorado sem fazer alarde.
Será um dia completo. O bilhete que deixei no pára-brisa do teu carro lhe fará sorrir.

9.11.10

Aos 25 rapidamente

Acordei com 25 anos um dia depois do meu aniversário. Abri os olhos vagarosamente como quem tem medo do novo. Resolvi acordar. Respirei aliviada. A sensação é a mesma de quando chegam os 18, e as piadas também. Tá bom, algumas delas, afinal já faz sete anos que eu já posso ser presa e, contando que eu já dirijo e JÁ renovei a minha carta depois de cinco anos... ok. Depressão. De quem foi a ideia de contar os anos. Minha. Passou.

E ai, como é chegar aos 25 anos?

Não é né, amigo?! Bobagem, é uma sensação de transição. Tá bom, vou explicar melhor. Pensa que você dormiu com uma única preocupação: não esquecer de tirar o uniforme e... de repente você perde o sono no meio da noite preocupada com o exame que não deu tempo de fazer, os arranjos todos atrasados, o trampo que não rolou, a gasolina que vai faltar, os amigos, os sobrinhos, o tempo... AAAAAAAHHH! PÁRA! Essa parte não é legal. Crescer não é legal.

Geralmente a gente surta ao pensar que algumas coisas que você imaginou pra você ainda não aconteceram aos 25. Mas é maravilhoso lembrar de todas as outras que foram inesquecíveis.Talvez algumas aconteçam logo agora, outras nem virão. Mas aí eu to falando de descrença e faz 25 anos que isso não rola por aqui. Ufa! Dá pra olhar pra trás e ver que no final das contas tudo aconteceu da melhor maneira. Ainda que algumas coisas ficassem presas no passado, todas elas foram escolhas. Hoje é um novo caminho. Dá pra sentir o pé amadurecendo e a primavera florindo. Uma nova vida daqui pra frente. Alguns hábitos mudando aqui, outros crescendo acolá, enfim... não quero me prolongar, eu não gosto de falar de mim, lembra?

A dica, conselho, sugestão ou seja-la-o-que-for é que esse lance de idade não existe. Mais um numerozinho que foi criado pra sei lá o que. Esquece isso, viva hoje, lembre-se do amanhã só pra mudar e/ou melhorar as suas atitudes; cresça sim, mas não muito porque o mundo ta precisando de gente alegre e com sorriso de criança. Assim permanecerei. Carinha de 19 pra uns, tia demais pra outros, tudo bem eu nem quero agradar a todos. Ando pensando mesmo é na farra que farei na Disney com todos os meus sobrinhos daqui 10 anos.

23.10.10

Eu gosto de pessoas que não sentem a minha falta.
Nasci no automático. Sempre foi assim.
Pessoas de uma noite, uns dias, poucas horas. Pessoas que ultrapassam a velocidade permitida do diálogo. Eu não pude alcançar e dizer que te gosto, admiro seu jeito instável e completamente exato. Sei lá o que somos. Eu não disse e todas elas foram embora.
Só hoje sinto essa preocupação.

E agora quando juntos percorremos o caminho do desencontro, nos encontraremos no bar da solidão. O que vou dizer além de sentir um aperto no peito e não conseguir ir além de um abraço ou qualquer coisa sussurrada no ouvido. Um pedido de socorro. Um tímido perdão.
Ainda que eu consiga alguma coisa vão dizer que ando fazendo tipo depois de tanto tempo.
Bobagem.
Eu falo sério.
É tão bom e talvez você nunca saberá.

18.10.10

Sonhos Inspiradores

Eu já falei de sonhos.
Eu já falei sobre você.
Todo mundo já sabe: aconteceu de novo.
E foi diferente.
Quer dizer, nem tão diferente assim.

A sua casa era a casa dos meus amigos.
Os seus amigos terminavam meus amigos.
Dessa vez você não sorriu. Um ar preocupado rodeava seus pensamentos. Cansaço talvez, mesmo sendo sábado. E eu nem posso pedir pra você parar de trabalhar. Você não precisa de tanto desgaste. Me preocupei ao ver os teus passos virando as costas pra mim. Isso não aconteceu da última vez.

Mas era a minha vida, de qualquer forma. Forma essa que me mostra que você (ainda) habita em mim. E o pior, tomou conta dos lugares que eu frequento. A diferença é que eu sempre chego quando você vai embora. Aguardei o sonho inteiro do lado de fora com os meus amigos. Que talvez estivessem do lado de fora por você estar ocupando o lugar deles do lado de dentro. Que confusão! Muita confusão.
Acordei atrapalhada e to tentando, mais uma vez, entender o porque de toda essa silenciosa invasão e porque, de novo, em sonhos. Essa sua tática amadora e covarde realmente funciona. E funciona tanto que me inspira. Esquece a dor, o foco é a inspiração.
Sento e escrevo, falo e conto, (re)vivo aquilo tudo por muitas vezes.
Chega a durar um dia todo. Hoje talvez.

O dia tá nublado e a chuva fina não quer parar.
Sinais de que você esteve mesmo por aqui.

13.10.10

Preciso

Preciso escrever, abastecer, estudar, lavar o carro,
tirar o sinte de lá, buscar as crianças, trabalhar, dormir.
Ver filmes, dvds, fazer download, matar saudades.

Enviar fotos, pegar fotos, fazer fotos.
Vídeos, os vídeos estão muito atrasados;
Wii, ter paciência
, tirar o SWU da cabeça,
ser criativa, cuidar mais de mim e ser uma pessoa melhor.
Pagar e receber.
E ainda conseguir lembrar de tudo isso.
O mais difícil.

30.9.10

27.9.10

E se fosse você

E se fosse com você?
Pára pra pensar na cena, no escândalo que seria feito.
E era só um amigo, um ex que fosse.
Mas no maior papo?
Saudades, oras. Coisa boba. Já passou.
Mas imagina só como eu me senti. E não disse nada, ou melhor, estou dizendo agora, civilizadamente. E novamente eu pergunto, e se fosse com você?

Já posso ver a sua cara de fúria, me nocauteando com os olhos. Já sinto sua mão pesada calçando meu braço como quem troca uma sacola de lugar. Já decorei o teu discurso e você não muda.
Vai começar discreto pra ninguém perceber a movimentação estranha, por que nessa hora seria o beijo e não o final. Você vai perder o controle, me chamar de vagabunda, vai perder a cabeça dizendo coisas horríveis que não cabem a qualquer outra pessoa, nem à própria vagabunda, porque ela sabe que é. E nem ela faz questão de ser lembrada disso.
Tá doendo meu braço, você pode soltar?
Mas o que tá machucando mesmo é esse ciúme exagerado que toma conta de você. São esses termos baixos que você insiste em usar. É essa sua escrotice que aparece depois de dois ou três copos de wisky.
Agora é a hora do choro.
Você me olha nos olhos como se enxergasse o fundo da minha alma destruída no final. Me abraça, pede desculpas e eu não tenho reação. Eu amo você e sou completamente apaixonada pelos seus defeitos. Não quero entrar nas qualidades. Tá na cara e todo mundo vê.
Simulo um abraço. Aceito suas desculpas, como sempre. Quem é esse em você? Te domina em segundos e acaba com todo o eu do nós.
Pára com esse lance de perdão. Já perdoei tantas vezes.
Só esqueci de tentar esquecer.
Não quero conversar. Não, você não tá me forçando a nada.
Me dá um beijo?

21.9.10

você tem o tamanho perfeito para o encaixe do meu abraço.

o meu abraço cabe no seu tamanho.

seu tamanho.
nosso abraço.

20.9.10

E de novo, você

E de novo vem você. Depois de tudo o que foi dito, o caminho percorrido, as cenas dramáticas percorridas na mente de quem sente. Depois de todo o fracasso, a desilusão, a solidão. Depois de tudo, você. Quando a gente menos espera, você. Tava tudo bem, mas era exatamente desse seu abraço desesperado que eu senti saudades. Desse beijo demorado. Dessa sua aflição de acabar sozinho. Mais uma vez. Você.

Tinha algumas coisas para serem resolvidas. Uma cama mal arrumada. Algumas roupas no chão. A garrafa vazia revela o nível da noite passada. Esqueci de lembrar a cerveja que você perdeu. Ou melhor, eu perdi. Tinha muitas coisas para serem ditas, você até tentou e o seu estado alterado me encheu de graça. Sorri antes do beijo.

Voltei e o seu olhar me aguardava ansiosamente. Parei pra ver. Mergulhei e senti exatamente o que estávamos sentindo. Tudo parou e a trilha sonora ganhou os personagens. Subiram os créditos. Fim de cena. O capítulo é que ainda está sem final.

Eu tentei e não consegui. Você veio eu não resisti.

Era você, mais uma vez.

16.9.10

O vento

Sempre tem um homem que a noite caminha sozinho. De cabeça baixa fugindo dos faróis que vem na contra mão. Não quer saber do movimento. Não nota que na esquina por onde passa algumas mulheres testam seus truques na impura intenção de demonstrar habilidades. O vento refresca. Ele segue. Talvez o vento o conforte.

A lua se acomoda mais perto da terra. Cansou dos astros, quer saber dos pobres mortais. Mudou de cor. A forma é a mesma, está em estado de graça. Cheia. Como deve ser. O vento completa.

Pessoas que saem a meia noite, as três, elas saem. Sem destino? Perdidas? Em busca do que? Aquele carro, depois de tanto correr, parou desesperado. Passou por cima do orgulho e não sabe como voltar. Parou alguém pra ajudar. Não há resgate, só alguns sofrimentos leves. O vento soprou a dor.

As mulheres não souberam. O homem não fez questão.

As horas passam. No verão o vento tem brisa de saudade.

Nova estação.

Talvez todas essas histórias se encontrem num novo começo.

Amanheceu. É hora de dormir.

9.9.10

Quando a gente ouve...

"mesmo te vendo hoje, na minha frente, te senti a quilômetros de distância e me perdi no seu abraço vazio... estou me sentindo mal, entre a cruz e a espada, como se eu tivesse te traido sem ter culpa nenhuma... o pouco tempo que eu te conheço ja foi suficiente pra eu querer te levar pra sempre e me dói muito imaginar que voce pode não querer mais nem me ver..."

6.9.10

Um tormento

Não existe culpado. A culpa é do que tá aí fora pra ser provado. Testado. Analisado. Tá aí pra todo mundo ver. Só que você não provou. Você caiu de cabeça lá dentro e aqui de fora não dá nem pra ver sua mão erguida em sinal de ajuda. É um buraco sem fim.E eu não sei o que aconteceu pra tudo ter chegado a esse ponto. Quando veio de encontro a mim era puro, limpo. E quem se atirou no buraco fui eu. Queda livre. Muitos segundos. Essa sensação resume tudo o que eu poderia sentir. Mas passou. Escalei os únicos e últimos pilares firmes dessa velha construção e respirei. Daqui de cima dá pra ver o abismo em que eu estava.

Mas quando eu saí, sem notar trouxe um pé sujo de lama. São seus passos. Eles ainda me seguem. Ainda que eu desvie, eles ainda me seguem. Ainda que eu busque outros caminhos, parece ser você pintar as faixas das rodovias por onde eu passo, parece ser você trocar as luzes do farol, parece ser você. Aparece sempre você. Termina sempre em você. Eu não procurei e hoje é o que eu mais procuro. Tentei sim tirar de mim o incômodo que esse seu cheiro traz, mas ele é do tipo que aguça e cega. É do tipo que infesta o quarteirão e em minha defesa saio a te procurar e pedir de uma vez por todas pra que você se livre também. Foi em vão. Desisti no meio do caminho. Olhei pra trás e vi todas as respostas. Encontrei todas as outras portas abertas.Busquei em mim todas as maneiras de me livrar do peso que o seu abraço traz, mas eu confundi e deixei, mais uma vez, que eles me oferecessem o lugar mais seguro que um desesperado pode ter. Chorei. Pedi pra que nunca mais isso acontecesse. Não comigo. Sei lá, procura um ar que não seja o meu, mas, por favor, eu disse, não volta.

Teimoso, voltou.
Firme, resisti. Mil e uma vezes não. E
, de novo, passou. Livre, decidi não gastar tempo procurando, desejando ou qualquer outro ando que seja.

A frente e só a frente me interessava. A real é que você não cabe nos meus planos. Apesar de ter o tamanho exato. Você não faz parte daquilo que escolhi pra mim, mesmo estando dentro das minhas escolhas. E outra vez buscou o mínimo de espaço que eu deixei entre um dia e outro e encontrou a forma exata de passar por ele e me atingir em cheio novamente. Dessa vez foi por completo, trouxe todas as armas, todos os truques, e sabia disso; sabia também que o meu armamento para essa guerra estava escasso. Quando caí no chão tive a certeza: ainda havia lama nos meus sapatos.

E dessa vez, a última, você quebrou todas as barreiras e fez com que toda essa lama que te persegue, inundasse quem cerca a mim também. Os dias não têm mais fim. Plano sequência. Segue direto, acordado, do jeito que for. A cena se repete dia e noite num curto espaço de tempo. A volta do incômodo, mas justo agora? Justo. E agora. Sabendo da liberdade que nos prende, esqueci algo meu em você e você faz questão de me lembrar toda vez. E agora tem piorado a cada dia. Sinto raiva. Não sei o motivo. Nada me pertence. Nada tem valor. É só sentimento. Puro sentimento. Que foi atropelado e sem reação ignorei o mundo por segundos. Era de novo você. Um tormento. O meu tormento.

Agora não é simplesmente só você e sim um episódio de um dia inteiro. Bem no dia em que guardei pra mim algumas horas que mereciam ser lembradas. Rasguei o verbo. E agora lembro de todas elas. Seguro o choro por não conseguir me livrar. Não tenho decisões prévias para esse nosso caso. Vou deixar como está. Não aceito nada nem ninguém que possa chegar perto do que foi meu, do que se mostrou presente em todas as etapas. Eu sou assim.

Que toda carência seja perdoada.

Que todo medo seja liberto.

Que todo erro seja a chance de um novo começo.

Um pé a menos na lama.

29.8.10

Te criei assim

De novo.
Num intervalo do vazio o tempo necessário para acontecer de novo. E de novo. Já não sei dizer por quantas vezes eu passei por isso. A vida se repete e no ano passado não foi diferente.
Já sei de algo para o ano que vem.
Constatei há pouco que a minha "paixão" é constante - entre aspas pela incerteza da definição. Há tempos espero por tal certeza. Sou capaz de me apaixonar todo dia inúmeras vezes, pela(s) mesma(s) pessoa(s), do mesmo jeito. Assim, como uma repetição.
Nada normal.

O sentimento aparece exatamente como eu quero. Controle total.Da mesma forma que surge, assustadoramente vai embora. Mas tinha mesmo que ser com você? Eu mal sei o teu nome, quem são seus amigos, de onde você vem. Mas bateu. Subiu pra mente. Na hora exata. Poderia ser perfeito se não fosse tão igual.
Os olhos que eu te vejo são os olhos que eu te dei. É como se eu tivesse te ensinado a ser como eu e apagado esse dia das nossas vidas. Posso chamar de reencontro? Devo!

Te criei da forma tão exata, te ensinei como direcionar o olhar, esses olhos são meus, te mostrei exatamente como agir, o que usar, como se vestir. Esse andar também é meu. A inocência é que ainda tem muito de você. O teu sorriso é modelo, eu sempre quis que alguém - o mundo - sorrisse assim pra mim.
Timidamente contagiante.

Mas eu falhei. Falhei no temo. Na intimidade, fui tão egoísta que deixei no teu abraço tudo o que eu gostaria de sentir. Foi ele que me disse isso na última vez em que nos abraçamos. Eu deveria ter deixado as coisas um pouco mais explícitas. Imagina que agora eu ando em transe. Já não sei o nível de separação entre o que sou e quem é você! Qual a linha imaginária?
É amor porque eu sinto, procuro e recebo, ainda que pouco, mas recebo o suficiente pra querer mais. Arrisco um sofrimento. Talvez esse mesmo sofrimento que cabe em ti. Mas logo por você. Com tanta vida ainda pra viver, tanta coisa pra aprender. Um pouco mais de mim.
Completamente sigiloso.
Inegável. Tá conseguindo acompanhar?
Você não precisa me dizer que é completo. Eu ia dizer no final. É tudo o que eu estava procurando. Até essa frieza marcante, característica básica de uma personalidade forte. Eu adoro e você entendeu. Eu sabia que poderia soar assim.

Mas pode acabar, vai passar, algo veio me dizer. Mas não vai passar em branco. Não passou. Criou raiz, deixou marcas que eu sempre quis. Talvez fique assim secreto demais. E, por ser secreto demais, é lindo, é único, é só nosso.
Talvez nunca revelado, afinal, o suspense, a vontade e o medo estão fixos no nosso olhar incessante sem piscar. Eternizados num abraço apertado.
Eu te criei assim.