23.10.10

Eu gosto de pessoas que não sentem a minha falta.
Nasci no automático. Sempre foi assim.
Pessoas de uma noite, uns dias, poucas horas. Pessoas que ultrapassam a velocidade permitida do diálogo. Eu não pude alcançar e dizer que te gosto, admiro seu jeito instável e completamente exato. Sei lá o que somos. Eu não disse e todas elas foram embora.
Só hoje sinto essa preocupação.

E agora quando juntos percorremos o caminho do desencontro, nos encontraremos no bar da solidão. O que vou dizer além de sentir um aperto no peito e não conseguir ir além de um abraço ou qualquer coisa sussurrada no ouvido. Um pedido de socorro. Um tímido perdão.
Ainda que eu consiga alguma coisa vão dizer que ando fazendo tipo depois de tanto tempo.
Bobagem.
Eu falo sério.
É tão bom e talvez você nunca saberá.

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