Vira e mexe me pego em assuntos matrimoniais. Não que eu pense que a idade vem chegando e preciso-logo-de-um-namorado-pra-casar-comigo, mas é que em família sempre sobra pra quem já ficou pra titia. Só hoje foram três vezes.
Uma delas foi com uma amiga de faculdade veio contar que ficou noiva. UAU! Logo ela que era a mais descolada, a que tinha um manual de como-se-envolver-com-três-caras-ao-mesmo-tempo-e-não-ser-pega. Pois é, foi a primeira e já mandou recado: casamento de crente é água, refrigerante e suco. O quê? Logo ela que tinha como livro de cabeceira o Kama Sutra? Pois é, acho que estou mesmo ficando velha.
Mas eu, no auge dos meus 23 anos, não canso de avisar pais e mães que a cota de casamento nesse lar acabou. Já deu pra curtir o filhote engomado esperando a noiva no altar e claro, a filhona linda e noiva desfilando pela igreja. Um de cada está de bom tamanho. Enxuguem as lágrimas e guardem esse álbum.
E o que eu mais tenho que responder na vida - além do porque do apelido que carrego - é porque raios eu não vou querer dividir a minha cama, a minha vida, as minhas frustrações, as minhas vitórias e todo esse blábláblá com um cara. Por que eu não quero vale? Não, não é por todas essas histórias que a gente ouve por aí de que eram felizes e de repente BUM, acabou um pra lá dois pra cá, como um passo perdido numa dança de salão. Também não é por saber que existem milhares de pessoas infelizes e incapazes de terminar um relacionamento de trinta, quarenta anos somente pelo fato de “estar acostumada com”. Muito menos por medo de levar nas costas, na cabeça ou onde ainda couber. E só pra ressaltar eu não sou-barra-virei-lésbica.
É só uma opção.
Tá, pode soar como egoísmo da minha parte querer viver sozinha, mas é aí que eu surpreendo (ou não) todos vocês. Meus filhos entram onde nessa história? Sim, filhos! Quatro. Dois meninos e duas meninas, não necessariamente nessa mesma ordem. Alô, banco de esperma? Prepara os ‘meninão’ que eu to chegando. E qual o preconceito? Todos lindos, saudáveis e, alô... dá pra ser tudo do mesmo “pai”? Não quero decepcionar e confundir ainda mais a cabeça dos coitadinhos.
Confesso que sonho com isso há mais de uma década. Nós cinco e uma casa cheia de animaizinhos adoráveis. Já arrisco uns nomes, mas isso é assunto pra uma outra hora.
Marido pra que?
Meu, vamos evitar sofrimento né? Já vou sofrer com o filho mais velho que saiu dirigindo bêbado por aí, a filha que deu pro cara errado, o do meio que desde ontem não voltou pra casa e a menor que ta provando a ração do cachorro.
Terei muita coisa na cabeça: problemas no colégio, no trabalho, sem tempo pra fazer a unha, cuidar do cabelo, porque o carro ainda não chegou do mecânico e ainda vou me preocupar com marido que tá no bar a tarde inteira sem saber das crianças e não me chamou?
Ora, faça-me um favor.
Eu quero é não ter que dar satisfação pro cara que eu saí ontem pra jantar, eu quero esperar a ligação daquele outro que nunca responde minhas mensagens, eu quero sentar e contar pros meus filhos, sobrinhos, netos as histórias mais absurdas que eu vivi na minha adolescência e ouvir a deles. Eu não sou dessas frustradas por algum lance que não deu certo e muito menos dessas que acredita que amor verdadeiro é um só e ele já passou por mim e deixei escapar. Eu acredito no amor e quero amar sim, me apaixonar todos os dias por eles e por qualquer coisa pequena da vida que seja. Eu quero ser feliz.
E no final desse assunto tem sempre algum espertinho que manda essa:
“Meu, aí você acha um que ama mesmo e eu quero ver”.
Eu respondo: Pode ser. Mas tem de me amar e ter paciência pra sofrer com o filho mais velho que saiu dirigindo bêbado por aí, a filha...
2 comentários:
ok, gosto de TODOS seus textos, mas esse.. sem comparação! nossa cara, cara :B
Dá pra manda pra um lugar onde todos possam ler e admirar?
Obrigada. Tchau
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