16.12.11

Post-it

Incrível como eu te quero mais toda vez que eu tento parar de pensar em você. Toda vez que eu tento tirar essa sensação de possessividade e amor bandido de dentro de mim, te quero com mais intensidade. Parece que meu cérebro guardou as melhores frases, as melhores caras e todas as suas bocas. Tá com um Post-it amarelo escrito
"NÃO ESQUECER" em cima do teu nome. E assim faz com todos os lugares em que estivemos. É post-it que não acaba mais. Estou dizendo cabeça, porque o coração guarda tudo. Pra onde vou lá vem ele, um pouco atrasado, às vezes, com um pacote de você nominal a mim. Você se abre, eu me encontro.

Você é forte. Me derruba. Eu me rendo.
Chegou a lugares onde nenhum outro post-it alcançou.Queria poder contar pra todo mundo. Ou melhor, te mostrar pra todo mundo. Dizer que você, do meu lado, toma proporções gigantescas. Banquinho pra post-it. Aí vem você descontente me dando a infeliz definição desses pequenos adesivos: todos podem ser removidos com facilidade, sem deixar marcas ou resíduos, que são vários os seus tamanhos e que podem ser colocados em qualquer lugar. Usados por qualquer pessoa. E diz ainda, meio sem conseguir, que eu escolhi o menor deles pra te marcar. Que você aceita, mas esperava mais. Busca rápida por palavra de forte impacto. Nada vem. Post-it condicionado a você. Segue colado.

- Vem cá. Deita aqui.
Acalma esse seu desespero no meu peito enquanto eu te faço um cafuné. Sei que é difícil eu dizer essas coisas, mais ainda você ouvir. Logo você que tem sempre palavras prontas pra impressionar, pra dar um jeitinho aqui e ali. Pra esconder. Pra omitir. O SEU jeito. E as coisas não funcionam assim. Não sempre. Usa o seu jeito pra me tirar o fôlego de um jeito novo, pra me dizer um bom dia que me faça esquecer do calor, do frio, do trânsito. Esse ciúme, esse descontrole, essa coisa desnecessária, pra que isso? Olha pro lado. E olha pra mim. Não pede pra eu confiar em você, só constrói a base. Outra vez. Faz valer. Eu caí, eu chorei, doeu em mim também. Mas ao contrário de você não existe post-it na minha dor. Dor a gente esquece. E pra não doer a gente faz diferente.
Já suportei demais, em silêncio, em discussão, passei por cima, não lembrei de nada e você não lembrou de mim. E todas as horas depois te encarei. Te quis. Me esqueci.
É cansaço, não é falta de querer, amor, ou qualquer outra dessas coisas que você insiste em chamar. Não me impressiona. Descarrega post-it na coragem, no respeito, no amor. Muda! E vem.

Post-it nisso também.

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