12.12.11

I

Amanheceu.
Queria te ligar. Eu te liguei. Deu caixa postal.
Aí resolvi vir pessoalmente abrir a tua janela, acho graça o seu fugir das coisas que te irritam.
Como os raios quentes de sol atravessando o cobertor pra te roubar dos teus sonhos, por exemplo.
O que eu to fazendo aqui? É simples! Vim te visitar!
Sim, antes do trabalho, qual o problema?
Talvez eu nem vá trabalhar, tem uma mesa de café da manhã que eu trouxe.
Como pra quem? Pra gente! Pra você, pra quem quiser começar o dia. Aproveita, eu não sou sempre assim. Oras, como eu entrei, pela porta! Chega de perguntas!
Ajeita o cabelo, escova os dentes, tira o pijama, enquanto eu agradeço por essa sacada.
Ah! Deixa o humor matinal ir pela ralo também. Não estou com pressa. Tens quanto tempo quiseres.

II

Achei teu olhar meio confuso ontem quando desceu do carro, achei que pudesse ser alguma coisa comigo, afinal, te prometi um fim de semana e não fiquei nem algumas horas. Tá tudo bem?
Claro que você pode me dar um abraço!
Daqui pra frente você não precisa me pedir mais nada, chega e faz. Cadê o manual de como surpreender uma mulher?
Não existe mais a linha que barra, que repreende, eu sou tua e o pra sempre voltou.
Sabe o medo? Ele não existe mais, acabou a dor, o sofrimento. Tá vendo o meu sorriso?
É nele que você vai se sustentar. Claro que vai conseguir, olha pra mim.
Confia. Você ainda é reflexo de mim.
A leveza que você tanto me pediu chegou, ou melhor, voltou! Barulho na rua, no sinal, no bar da esquina, barulho no clube, risadas infinitas, som alto e demonstrações públicas de afeto. É disso que eu to falando. Lenine pediu paciência, Gil a paz, Deus a vida, eu o convite: vem dançar comigo?

III

Foi mágico, único, especial... foi tudo. Do jeito que eu imaginava.
E o melhor? Foi você.
A melhor parte? Foi você.
Foi o perigo mais perigoso. Escolhi correr com você.
Tudo teu. Em mim. Tudo meu. Em ti.
Se faltou alguma coisa? Jamais deixaria faltar.
Transbordou, se for pensar. Mas não deixa ninguém saber.
Não deixa ninguém saber que quando eu piscar é de saudade;
quando eu usar o teu adjetivo é pra te fazer lembrar;
quando tocar aquela música é pra chegar mais perto;
quando eu te ligar é pra tirar o chão dos seus pés;
quando eu fechar os olhos é por ciúme;
quando eu sair de perto é por não suportar ver ninguém te tocar
e você se entregar pra me esquecer.

Dessa parte ninguém precisa saber.
Nem eu. Nem você.
Escuta o teu coração.
Dobra a primeira esquina.
Te espero no farol.

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