24.1.11

Um balde de água fria

Saí. Quando voltei não vi ninguém.
Passaram por aqui e deixaram rastros.
Nunca um crime perfeito.
Parece que colocaram o mesmo filme de domingo a tarde pra rodar nessa sexta a noite.
Um pouco mais acelerado, talvez. Mas tudo assim, de surpresa.
Algumas coisas acontecem até com os mais preparados.
Como nós.

Acordei num vazio.
Me dividiram ao meio. E nada parece preencher.
Não falo nada. Não sinto nada.
Só essa dor que se propaga no vácuo.
Tô dopada de tristeza.

Mas é tempo de acordar e renovar as forças.
E isso já me foi dado.
É como se eu viesse ao mundo nesse momento.
Existem coisas a se descobrir.
Preencher esse tal vazio é me abastecer com as novas coisas que virão.
E isso não inclui você. Nem essa sua mania besta de chegar sem avisar, tirar meu sono e me levar pra lugares incríveis.
Sentirei a sua falta, meu corpo clamará pela tua presença e, talvez, eu precise ficar mais longe. Ainda que sozinha, pra te esquecer.

Essa não será a primeira vez.
Os nossos caminhos estão cruzados, por favor, não me procure e quando eu voltar a cruzar o meu olhar com o teu, me ignore. Os nossos amigos são os mesmos, você sabe como agir. Sabe a quem chamar. Vai ser difícil dizer um tchau por completo.
E, claro, eu não sei lidar com despedidas, você sabe bem, e assim não o é, mas no para sempre não dá pra falar. É muito tempo. E no quesito tempo melhor não cogitar.
Ficamos assim: por hora, a gente se vê por aí.

Um comentário:

@lickmybrain disse...

curti muito, é