16.12.13


Hoje foi um dia difícil. 
Não que nunca tivesse existido um dia como esse, mas ouvir é sempre e tão mais drástico e forte do que parece ser; do que ficar sabendo. Escreve uma carta, manda um telegrama, um email, mas não olha no meu olho e diz que não me ama mais. Que o seu amor é outro, que me ama sim, mas não como eu te amo. Porra! Desce dessa cama pra falar uma coisa dessa. Isso vira eco dentro de mim. E vai durar dias. Talvez eternize até vir outra pessoa e ocupar o meu sorriso. 

Hoje doeu um pouco mais. Não mais e nem menos que das outras vezes. Diferente. Uma dor diferente. O objeto cravado na carne sangrando foi mais um pouco pra dentro. Encharcou o vermelho já molhado. 

Os olhos se enquadraram, mas não como aquela sua vez preferida no parque, os corpos tremeram não por amor, a lágrima escorreu sem ser de saudade, o peito apertou e não foi desespero. Se fez silêncio. Virou segredo outra vez. 

Você desistiu. 
E da boca o amor saiu ódio. 
E esse sentimento virou problema. Só meu. 
Você tem razão. 

Chorei até faltar o ar.

Um comentário:

Sergio disse...

"Raiva mesma nunca se deve de tolerar de ter. Porque, quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que se autorize que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a ideia e o sentir da gente".

Guimarães Rosa, em "Grande sertão: veredas"