Como era o você antes do meu eu te atormentar?
Quem sou eu depois de você chegar?
Qual era a cor do teu olhar e que vazio (sobre)carregava o teu sorriso?
Qual é a cor do teu cabelo? Deixa ele liso para o vento não se confundir. Deixa que ele leva o pó da tristeza. Que também foi embora depois que eu cheguei.
Te vi crescer anos em meses.
Quantos sou de mim?
Quantos são de você?
E juntos? Somos quantos?
Antes de você chegar era menos as perguntas. E mesmo aquelas sem respostas, eram fáceis de responder. Hoje é silêncio. Que não é sim. Nem não. É o teu olhar pra baixo e minha mão te impedindo de atravessar a calçada. O choro é o beijo. Que mutuamente pedimos que não acabe.
Quem somos nós?
Somos amizade, respeito, luta, força, coragem pairando sob uma nuvem de poeira, neblina e concreto. Somos o aprendizado, a evolução e o equilibrio, num laço que se dá no desejo, no fogo, na paixão. Somos o abraço, a saudade, a despedida, a chegada, o pouco e o tudo. Menos o nada. A vida sonhada, quase vivida. Somos o quase iluminados por um feixe de luz que é o amor.
O teu amor.
Que amor é esse? - me pergunto.
Tudo suporta - você responde.
Engulo gilete - você continua, e ainda assim transbordo em paixão.
Hoje eu choro. Isso foi depois de você.
Não há mal nenhum, não é mesmo?
Você até se expressa de uma maneira melhor. Depois de mim, aprendeu a falar.
E você se entrega.
E eu volto a me questionar:
Quanto disso passa
E quanto ainda vai ficar?
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