16.4.10

O que chamo de amor

Pudera eu extornar o que sinto e falar-te do meu amor. Não pela necessidade de revelar que és o mais belo, e sim porque és, com toda a certeza, o mais puro.
Longe de um amor possessivo.
Perto de um amor maduro.
Desses que se sente quando parte da vida são saudades e boas recordações. Ainda que enquanto semente lhe foi plantado tão jovem.
Nasceu em você que escolheu a mim.

Falo de um amor com sede adolescente, um amor que não enjoa, porque foste tu que me ensinaste a amar vagarosamente. Um amor que não cega, que não te deixa sem chão, mas completamente capaz de te levar às estrelas. Que vem e vai e, como uma doença, penetra na carne sem nada sentir. Dia após dias sem perceber, vicioso e só quando sentires saberás que já é tarde demais; perceberás que estás tomado. Por completo. Tanto tempo depois ainda te amo como me ensinastes. Com cuidado, dosadamente para não cair numa rotina, para não passarmos do limite e chegarmos ao ponto de acordar no dia seguinte querendo sumir. O que eu chamo de amor não me mata, me mantém vivo, ainda que derrotado.

Nenhum comentário: