26.2.10

O tempo acabou

(Davi Selingard/Badel)

O tempo acabou, já não sei o que fazer nem se vivo estou
usei até me corroer me deixei levar
pelas falsas alegrias que a vida me dá.
Tão longe da saída
sem sentido está minha vida.
Volte pra casa, sinta-se em casa, se tiver fé você pode ter asas
voa mais alto que o céu entender que a vida vai além de um pedaço de papel.
Na arma o pente quer esvaziar a mente, fazer ir embora
toda dor e toda glória.
Ficam as marcas do que viu, está cansado do que sente, não fia mais contente.
Volte pra casa, sinta-se em casa, se tiver fé você pode ter asas
voa mais alto que o céu entender que a vida vai além de um pedaço de papel.

O que tem valor pra uns não tem valor pra outros,
dizem que o seu coração está onde está o seu tesouro
até tenho uma notícia que te serve de consolo
agora não é tarde pra começar de novo.

22.2.10

bate saudade
bate forte
que o meu peito ainda forte
é capaz de aguentar

traça a linha
segue o ponto
ligue os pontos
que no fim sai em linha reta

de partida, chegada
emocionada, despedida
igual aquele dia nem se for pra morte

sorte que não veio
quem estava pra chegar
meu peito bateu tão forte
que não fui capaz de esperar.

21.2.10

uma saudade

Sinto saudade da gente, do teu jeito de andar, teus olhos pequenos que insistiam em me acompanhar naquela noite. Sinto saudade das primeiras palavras, daquele teu jeito desajustado de dançar; seu sorriso, o riso, fazendo graça.
Sinto saudade do que não foi, de como foi, do que e como poderia ter sido. Das brigas, quantas foram, perdi as contas, mas confesso, sinto saudades de você todo bravo pedindo pra eu me afastar.
Sinto saudade do beijo, do abraço, da saudade que dava no segundo dia sem te ver, do frio na barriga pra te ver, de te ver. Sinto saudade de você gordo, magro, bonito, suado, você do meu lado.
Saudade de você. De não te perder. E depois me achar. Escolher.
De todas as saudades que ainda sinto você eu faço questão de lembrar, porque até o você do nós não existe mais.

19.2.10

Dezfina-se

(em 10 segundos, 10 frases, 10 dias, 10 vezes)

De Heca me chamam desde sempre. Poucos sabem que por Hellen atendo também. E isso não se limita só à minha mãe. Meu cabelo já foi vermelho crepon, loiro acinzentado e branco Adriane Galisteu. Hoje responde por curto virgem, mas é conhecido pelos quatro cantos das casas dos outros por emo descarado! Rotular não é pra mim. No caso de insistência, um Black Label, por favor.

Eu não sei cantar e sou soprano. Não sei tocar e prefiro acordes com nona. Não componho e amo escrever. Descobri a dança tarde, e mesmo assim dancei no melhor ballet da tv. Jornalista nas horas vagas, brinco de mãe no dia-dia. Guardo segredos, vivo de sonhos e caída por São Paulo me apaixonei pelo Rio de Janeiro.
No meu mundo Thundercats é desenho, Polegar é boyband e quem reina é a Xuxa. Papai Noel não tem vez e eu não quero falar sobre isso. Mas gosto do Natal.
Meus filhos tem nome sem eu pensar em casamento. Carrego uma saudade eterna e uma paixão recolhida. Amigos são meus mestres, quem admiro e faço valer a pena cada centavo no bar. O piercing no nariz pede uma tatuagem meia manga.

Sou estranha para alguns, um tropeço lá em casa.
Tenho uma ideia de quem sou.
Assim me (re)faço, no amanhã me transformo.

Lua

Queria escrever sobre a Lua.
Quase todas as noites tenho olhado para o céu buscando encontrá-la toda linda, fazendo pose no céu.
Outro dia, na rua de trás, a Lua quase tocava o chão. "Lua cheia, carrega um coelho dentro de
si", foi o que me disse um eterno apaixonado. Um velho caminhoneiro que passava por ali, retrucou
dizendo que na Lua mora São Jorge e sua espada.
Eu não vi ninguém, me cegou o seu brilho, me deixei levar pelo Luar.

Outro dia vendo o mar, notei que a Lua pode tocá-lo. Como um manto ela espalha a brisa da noite por
todo o lugar. É mágico seu brilho constante. O mar muda de cor.
Desejei um barco, prancha, pedaço de pau, algo que me pudesse me levar até lá. Desejei fazer parte
do espetáculo. Chorei. Mas Uma estrela veio me confortar dizendo que um dia eu tocaria o céu,
chegaria perto de Deus e faria um pedido como todos fizeram até hoje: faça de mim uma estrela para que eu possa morar no alto, ser amiga da Lua e adormecer olhando pro mar.

Tic Tac

deito às 2
durmo às 4.
antes das 8 já acordei,
mas depois das 9
penso em despertar.

meio-dia almoço
às 13 eu sento
penso, penso, penso.
às 15 vejo o tempo passar
às 16 reflito, o meu
banho é às 17, para
quando chegar as 18 eu
matar o que me mata.

às 19 é hora da novela
20e15 voltar a sentar e
penso, penso, penso.
às 21 já é hora de não deixar
mais ninguém me esperar.
Quando bate as 23
perco a hora.

Sem pressa, a hora pode voltar e é preciso estar pronta pra quando as 2 voltar.
Deito às 2, Às 4, às 6, não importa a hora que for, deito em qualquer lugar, pois já sei:
logo começa a bater tudo outra vez.