Parece existir um mundo ao fechar daquela porta.
Como se nada mais funcionasse, como se todo o barulho do mundo fosse sanado, todo o trabalho cumprido, todos os assalariados sorrindo, todas as manifestações em acordos de paz; como se nada mais fizesse sentido, além do próprio sentido de sentir estar ali. Com você e todas as outras coisas que carregam as suas paredes: umas fotos penduradas, algumas roupas espalhadas, um armário entreaberto e eu e você. Emaranhados, perdidos no silêncio do prazer, na causa justa de quem ganhou, mas cansou de lutar. Talvez isso, que apelidamos "paz", outrora fosse sonho. "Não desista", teu peito gritava. Te agradeço hoje, da forma mais completa, por ter ficado. Por ter denominado amor, a todo tempo, o que deveras trazia consigo. Que exala na cama. Sem hora pra acabar, pois toda a pressa, o medo, o tempo contrário a ti, nada disso cabe a nós, nada além de um par de cobertas cúmplices de todo um querer. Mudou a vida. Me despeço num beijo molhado e cheirando a sexo numa porção de quero mais.
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