19.10.11

Refém

Tudo o que eu escrevo parece pouco pra você.
Me ajuda e diz se isso é bom ou ruim?
Me soa como prova de amor de um poeta
que tropeça nas palavras,
tamanho desespero.

Meia frase bastaria para tirar o fôlego de
qualquer carente desavisado.
Não funciona pra você.

E não é o mais que falta.
Tampouco detalhes.
Pode ser só uma mania besta de querer ser sempre perfeito.
Como seu sorriso bobo perto do meu rosto.

Se eu soubesse o que realmente te tira o fôlego e
te faz perder a graça, talvez essas palavras não seriam trava-línguas.
Você me ensinou a te amar e esqueceu como eu faço pra te surpreender.
Tirou de mim o sossego e me fez teu abrigo.
Sem avisar renovou o contexto e fez disso melodia
pra me ver cantar.

Virei refém.

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