Eu nao quero te deixar ir embora
porque eu nao sou do tipo que deixa ir embora.
Mas assim como está, é melhor que você vá embora.
Antes de sair eu sei que você vai dizer que a culpa é minha
que eu pedi para que você fosse embora.
Já te expliquei essa parte também.
Eu nao gosto de despedidas.
Pela milésima vez, será que alguém pode ouvir? Eu não sei lidar com isso!
Como é que eu vou ficar olhando você pegar as suas coisas e fechar a porta e...
e não vai abrir. Tá entendendo a gravidade do problema?
Já to chorando.
Volta aqui dizendo que é brincadeira.
Que tem um presente enorme escondido debaixo da cama e tudo isso é ceninha pro Natal.
É capaz que eu corra pelas escadas pra alcançar o elevador cansado que desce agora te levando embora.
Você chega soluçando lá embaixo e eu já fechei a saída.
Pensei demais. Esse segundo já passou e você já foi.
Eu? To intacto no sofá olhando pra porta.
Quer saber? Que vá.
Eu gosto do que tá perto. E o perto tava longe há muito tempo.
Eu gosto do que eu posso cuidar de verdade e não me alinhar a mentiras. Ainda que sinceras.
Tenho defeitos também, eu sei, vários deles.
Que agora sao muitos se for contar aqueles estranhos que só você conseguiu enxergar.
E que no final você até achava simpático esse jeito estranho e confuso.
Um dia eu avisei, eu disse que eu vim pra confudir.
Mas agora você já foi.
E nem deu tempo de falar de você.
Sentirei saudades.
Um comentário:
Que lindo, Heca!!!
Mto bom!!
Bjo
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