27.6.10

A vida que chamo de minha

É bom viver o que já foi vivido. O que já se viveu.
Viver de novo. Reviver.
Bom saber que tudo está em seu lugar.
Triste enxergar que tudo ainda está no mesmo lugar.
Nenhum passo. A mesma direção.

Tão bom saber que nada sai do lugar quando se quer voltar. Bom querer voltar. Mas não se trata de uma volta no sentido literal da palavra. É uma passagem. Um dia apenas, poucas horas.
Talvez ninguém saiba que isso seja assim. Todos comentam e acreditam, realmente, que seja um retorno. Uma volta.
Todos olham de dentro, ainda são os mesmos olhares.
Um pouco mais curiosos, talvez.
É muito simples para ser tratado assim.

Caí nesse espaço que um dia foi meu. Visitei esses lugares que um dia passei. Provei do amargo sabor do passado. O meu próprio passado. Revistei amores, pessoas por quem um dia eu morri, atitudes que um dia eu tomei.
Me senti livre no final. E pude provar o sabor de ser quem eu sou. O doce sabor de poder estar onde sempre desejei. De viver amores que sempre esperei, por mais complexos que fossem, por mais distantes que sejam. São meus. É a vida que eu chamo de minha.
Por ora lamento o que fui, agradeço o que sou. Dos outros retiro o melhor e carrego os que fazem valer o esforço. De resto mantenho a postura, apresento o sorriso e mostro o melhor de mim. Quem na verdade sempre fui.
Eu.

22.6.10

Teu Nome

O teu nome é um lindo nome.
Teu nome traz uma leveza, assume uma postura que qualquer um é capaz de notar.
Teu nome muito já foi dito, quantas vezes sem pensar.
O teu nome, arrisco dizer, é o mais bonito de falar.
O teu nome faz pensar que não cansarei de chamar. Ate quando será capaz de me acalmar?

O teu nome eu gritei no corredor, o aprisionei em uma dor, deixei soar como for.
E o teu nome se perdeu no beco do amor, se fez numa curva e nunca mais voltou.
Mas o teu nome deixou um bilhete dizendo que o teu nome agora é Saudade.

21.6.10

Eu não sei

Eu não conheço você.
Não sei quem são seus amigos, que perfume você usa ou quem quer ser quando crescer.
Eu não sei do que você fala, não sei se o que você vê é a rua ou a tv.
Eu não sei dos seus sonhos, não conheço tuas vontades e nem o que te dá prazer.
Eu não sei o que você escuta, o que pensa ou o livro que lê.
Eu não sei se você age, reage ou senta pra ver.
Eu não sei do teu coração, se nele há alguém ou algum lugar pra eu me esconder.


escrito em Março/2008.

19.6.10

Sobre o que eu escrevo

Eu escrevo sobre o que eu falo, sobre o que eu sei, o que vejo, o que vem.
Mas quem disse que eu sei?
Só sei que escrevo.

Escrevo sobre mim, sobre você, sobre ela, falo dele, esqueço dela.
Conto histórias e outras eu invento.
Já falei sobre mim e você nem sabe.
Aquele texto foi pra você e você nem viu. Não, eu não esqueci de te contar, eu só fiz questão de que você se encontrasse em meio as palavras. Porque o que eu escrevo cabe a mim e a você.

Eu escrevo sobre a vida, sobre o amor, escrevo sobre coisas que eu vivi, que vou viver, sobre algo que aprendi.
Já escrevi sobre a saudade.
Eu escrevo (sempre) sobre a saudade.
Falo pouco sobre dor. A dor te isola e eu escrevo pra unir as pessoas.
Pra escrever eu preciso de silêncio, o meu silêncio; não importa como for porque eu escreve sobre qualquer lugar que possa te alcançar.

6.6.10

O que mais tem de bonito em você é teu sorriso.
Se você o cala ninguém pode enxergar o brilho que há em você.

5.6.10

A minha vontade é voltar. Dizer tudo o que eu sei.
O que andei sabendo, o que vi com os meus próprios olhos.
Coisas que nem você foi capaz de enxergar.
Mas você disse não. Bateu a porta.
E como um inseto que testa sua paciência num dia de verão, você me espantou.
Eu fui embora.

E agora a minha vontade é dizer que eu não voltei simplesmente porque me senti atraído, porque tive vontade, apertou a saudade, e sim porque, novamente, foi você. Foi você que invadiu os meus sonhos, me deu o abraço mais confortável e pediu em voz baixa 'volta'.
Eu voltei e você, sem coragem, me deixou passar.