30.12.10

Tudo o que a gente não fez durante esse tempo todo, a gente vai fazer agora.
E fizemos.
Não tinha nada pra fazer.

28.12.10

O Natal e o Tempo

O Natal tem cheiro de abraço. Fragrância de carinho. E um cheiro mais característico que se sobressai nessa época do ano, aqui na praça do lado de casa. Tão fora de ritmo caminha esse relógio do tempo que eu nem escrevi sobre o Natal. E eu queria muito. Tinha tanta coisa pra falar que não essas. Mas aí eu me perdi no tempo.

Retomei o fôlego e analisei.
Foi realmente um Natal corrido. Até o Papai Noel estava com pressa. Credo. Coisa estranha. Tudo bem que a pressa dele eu entendo e agradeço. Até.
Olha eu perdendo tempo com essas "besteiras".

Na Ceia's House pouco foi dito, nada foi esperado. A não ser os risos e as lágrimas ensaiadas parar entrar na cena certa. Quando eu vi faltavam quatro minutos para a meia noite e eu estava atravessando a rua de casa a passos largos. Estou indo levar o falso Noel para um banho que lhe devolveria a paz. É Natal e eu estou de frente para um cara todo suado dizendo por aí que entrega presentes e minha prima mais nova que agora, com o tempo, tá maior que eu e namorando o PAPAI NOEL.
Sério. Os tempos de hoje não são pra mim.

Voltei e nenhum abraço. Já tinham esquecido que era Natal?
- Mãe, Feliz Natal.
Foi tudo. Ou quase nada.
Alguns já foram embora.
Não deu pra tirar aquela foto que eu disse quando cheguei.
Faltou tempo.

Vem

Caretas são vocês que não sabem onde moram as coisas boas da vida.
Boas. Boas e puras. Transbordando sentimento. É a coisa mais emocionante da minha vida.
Me sinto viva: choro, corro, largo, grito e volto a gargalhar. Não estranhe se tudo for no mesmo dia.
Eu sou assim. Ora brava, penso, arrependo, beijo, esqueço e volto a sorrir, depois de chorar.
Somos loucos. Loucos sim. Nós somos (as)sim.
Louco é tú que tá de fora disso, cara. Larga logo essa gravata e vem perder a cabeça.
Vem nadar pra curar essa ressaca poluída que tu vive aí fora.
Corre ser melhor, ser maior, realizado.
Corre aqui pro meu lado e vem ver as coisas daqui.
Ser livre a toda hora. Tá na hora de acreditar.
Sonhe.

22.12.10

Acordei você

Acordei meio você.
Te procurei em velhas lembranças, resgatei velhos sorrisos.
Trombei em velhos e adoráveis abraços.
Pensei em te ligar.

Na última discussão eu perdi meu celular e todas as suas mensagens.
Depois da ultima discussão eu perdi você. Por isso hoje acordei sonhando.
E esperando que esses abraços me confortem de verdade,
que as lembranças sejam de hoje a tarde e não de muito tempo atrás.
Essas estão se apagando.

Ah o seu sorriso.
Me liga! Eu acabei de acordar.
Foi o verão.

19.12.10

Quero escrever e não consigo.
Ando lendo (demais) a vida alheia.
Tem um cara cantando na tv.
Ele tá me fazendo chorar com algumas coisas que ele fala
entre uma música e outra.
Saudade que invade o peito.
Quem sabe lidar?
Saiu e deixou um bilhete em cima da mesa.
Decidido escreveu:
"Quando eu te procurar, me lembra que fui eu quem te mandou ir embora."

18.12.10

Não é esse o amor.
É carinho.
Um caso do acaso.
Um colo.
Um abrigo.
Um laço.
Um beijo e do abraço,
um apertado dizendo tchau.

Você.

15.12.10

Ir embora

Eu nao quero te deixar ir embora
porque eu nao sou do tipo que deixa ir embora.
Mas assim como está, é melhor que você vá embora.

Antes de sair eu sei que você vai dizer que a culpa é minha
que eu pedi para que você fosse embora.
Já te expliquei essa parte também.

Eu nao gosto de despedidas.
Pela milésima vez, será que alguém pode ouvir? Eu não sei lidar com isso!
Como é que eu vou ficar olhando você pegar as suas coisas e fechar a porta e...
e não vai abrir. Tá entendendo a gravidade do problema?
Já to chorando.
Volta aqui dizendo que é brincadeira.
Que tem um presente enorme escondido debaixo da cama e tudo isso é ceninha pro Natal.

É capaz que eu corra pelas escadas pra alcançar o elevador cansado que desce agora te levando embora.
Você chega soluçando lá embaixo e eu já fechei a saída.

Pensei demais. Esse segundo já passou e você já foi.
Eu? To intacto no sofá olhando pra porta.

Quer saber? Que vá.
Eu gosto do que tá perto. E o perto tava longe há muito tempo.
Eu gosto do que eu posso cuidar de verdade e não me alinhar a mentiras. Ainda que sinceras.
Tenho defeitos também, eu sei, vários deles.
Que agora sao muitos se for contar aqueles estranhos que só você conseguiu enxergar.
E que no final você até achava simpático esse jeito estranho e confuso.
Um dia eu avisei, eu disse que eu vim pra confudir.

Mas agora você já foi.
E nem deu tempo de falar de você.
Sentirei saudades.

Óh lua

Óh lua, já sabes tu que o céu por ti
andas todo iluminado?
Sabes que nunca a vi tão linda.
E fui ao teu encontro, oh bela, mas há de saber
que não pude alcançar.
Rasgou me a visão e assim não permito lhes ver.

Sim, eu voltei.
És tempo de saber que és digna de todos os astros
acerca de ti. És única.

Antes de seguir viagem
permita-me tamanha imprudência:
entrego-lhes a noite.

Saibas que és por ti que procuro todas as noites.
Quero conhecer a tua luz, óh rainha.
A minha emoção se faz perante tua imagem.
Da minha noite, os meus sonhos.
Saberás quando realizados.

13.12.10

se todo caminho é traçado,
e toda linha é contínua
como agir com divergências?

se toda regra é quebrada
onde se esconderam os valores?
se sonhos são pra ser realizados
quem disse que era pra desistir?

pra todo mal há cura.
antes da cura a dor.
e onde há dor algo está errado.

se toda loucura é perdoada
e qualquer inocente perdeu a razão,
quem está no controle?

milhares se perderam por aí.
milhões se perderão.

não há mais sonetos
calaram o poeta.
toda nota perdeu o som
no vazio da escuridão.

se todo destino é certo
e pra cada seta há um alvo
prepare-se o próximo pode ser você.

6.12.10

Um domingo

Foi um domingo difícil
Começou muito cedo e
já muito pesado.
Um injeção de cara, dessas
que derrubam o dia da gente.
Mas passou.

Foi um domingo de prova.
desses que derrubam e alegram a gente.
E alegram a gente.

Foi um domingo de festas,
balões coloridos.
Um domingo dividido.
Um domingo que poderia ser

Um domingo qualquer
que passou e vai ser
um domingo difícil de
esquecer.

Afinal, em meio a dores,
foi um domingo difícil.
#V

2.12.10

A sua voz

Eu não reconheci a sua voz.
O único momento real e eu não reconheci a sua voz.
E eu esperei e... Não! Eu não deixei você ir embora assim, eu nem disse que era pra ser assim tão rápido. Se eu ainda quero? É claro que eu ainda quero. Só não esperava que fosse assim,a gora, hoje. Sei lá como eu esperava. Será que eu ainda to nessa de esperar?
Me perdi. Tá vendo? Não to colocando a culpa em você, mas confessa que me pegou de surpresa.
To rindo aqui igual criança. To feliz.
Achei engraçado esse sotaque. Você tá diferente.
É isso! Foi por isso que eu não reconheci a sua voz.

Eu não tô de brincadeira, fala que agora é o caminho final.
Tô com a bandeira na mão cruzando a linha de chegada. Vem?
Cadê você? Aqui onde? Eu não consigo ver.
Só não me fala que você voltou para os meus sonhos. Isso é muito chato!
Vamos, eu já estou aqui embaixo, estou de braços abertos.
Óh, eu não vou ficar aqui o tempo todo e ai de você se for demorar.
Fazer o que? Fazer nada. Eu não vou fazer nada. É modo de falar só.
Alô?
Que susto, achei que... alô?
Fala mais, não é pra eu rir, quero só ouvir a sua voz.

O que veio não pode completar. A ligação era à ficha e caiu ao cruzar com um coração acelerado.
Os últimos que viram contam que a movimentação foi grande por ali. Passos descompassados, boca seca, mãos trêmulas. Uma criança com todos os sonhos do mundo estampado nos olhos que agora brilham.
Nada disse por alguns instantes.
O vento soprou na janela da alma, mas ao invés de varrer o mal, só fez levantar as folhas secas que descansavam no buraco da dor. Quis chorar, ainda que com um sorriso carregado de felicidade.
Foi forte. Respirou fundo e voltou a viver.