E o que eu faço com a falta que a sua falta faz? Eu grito em acordes menores o refrão da musica que casualmente encontrei traduzindo o que na época não podia traduzir. E repito, incansavelmente, o trecho que diz que não quero fechar os olhos com medo de sentir demais a sua falta. Enquanto isso, repriso a cena na minha mente: a música ecoando, você nos meus braços, nas escadas de um lugar frio e mal iluminado, onde ninguém nos vê e nós nos sentimos. As batidas dos nossos corações se alinham. O choro ameaça vir, mas para na garganta. Toda a emoção daquele instante transborda pelos meus dedos e escorre pelas cordas do violão. Cada acorde é um mantra que repito na esperança de te esquecer.
Mas o choro vem. A cena se repete.
Dessa vez, sem você.