Mais um amor que veio, derrubou e, no fim, escolheu não ficar. Amor? Talvez. Havia brasa o bastante para manter acesa a chama da paixão. Um ano depois, as lembranças dos nossos corpos entrelaçados se apagam devagar, como faíscas que se rendem ao vento. Sento-me diante da fogueira. As chamas dançam, e nelas vejo as memórias se desfazendo uma a uma. Cada estalo é um fragmento do que fomos, virando cinza, desbotando como uma fotografia antiga esquecida ao tempo. A dor no peito queima com a mesma intensidade, como se o fogo lá fora se alimentasse do que ainda arde em mim. Quero soprar. Não sopro. Deixo o fogo e a dor se confundirem, até que um apague o outro e reste apenas o silêncio. Hoje ardeu. De saudade.
porque todo mundo guarda um segredo.