Eu vou fugir, sumir, sair do lugar, me matar, me apagar, me limpar, tentar e (re)começar. Te deixar e me lembrar. Lembrar como é sorrir, como é sentir, como é dormir sem me dopar. Arrumar a casa, o quarto, trocar as roupas, o perfume e as fotos. Mudar a melodia, o tom e a voz. Organizar uma exposição de mim e colocar tudo de volta para o lugar. Retratando aos berros a ardência da dor no peito do artista num quadro de tintas ainda molhadas. Que irão secar. E virar obras de arte. Ter calma, aliviar, aprender a respirar. Lento. Bem lento. Dando um passo. Dois talvez. A cada vez em que (re)conquistar o meu eu. Me apaixonar por quem o espelho reflete. Todos os dias. Ter fé e acreditar no brilho que os seus olhos insistem em refletir. Cessar a dor e viver de mãos dadas comigo. Até o fim.
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Meia Noite
São meia noite e eu não deveria estar aqui. É inverno, mas faz calor. Deveria acordar cinza e frio. Mas, não quero acordar e tento dormir sem coberta. Hoje não é dia pra se cobrir, é dia de ficar acordado esperando todas as horas que o dia reserva. E mais as extras que a gente cria pro dia ficar ainda mais especial. Ou, sei lá, pra fazer você gostar dele. E ver o brilho que ele (pode ter) tem. É seu! São meia noite no Brasil, 4 da manhã em Londres e exatamente meio dia no Japão. E eu não deveria estar aqui. Mas ainda não acostumei com mudanças. Eu não gosto de quando muda quadro, muda foto, muda cama e muda alguém. Ok, a gente precisa e cresce. Mas se quem a gente ama não teve tempo de enxergar o nosso crescimento, de que valeu crescer? Olha aí, são meia noite e três e eu pensando na vida ao invés de estar onde eu deveria. Será que gritando me escutaria? Meia noite e sete. Será que alguém fez (melhor) o que eu deveria es...