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Showing posts from February, 2012

Amor doentio

- Eu vou te esquecer com outra pessoa. - Eu me mato. Faz isso e eu não penso duas vezes em tirar a minha vida, sem você saber de nada! - Sua ameaça não me atinge, cresce e chama a minha atenção de outro jeito. - Quer saber? Eu não vou fazer isso, posso me matar aos poucos, mas de uma vez machuca e não resolve. Você tem razão, outra vez. Procura o que eu tenho com você em outras pessoas, faz ser perfeito assim, faz aguentarem, prova e escolhe o melhor beijo. Passa na frente do meu prédio e não procura o meu andar, esquece como abre o portão, esquece a cor do meu quarto, a temperatura da minha cama, esquece como e onde ficam as coisas na cozinha. Vai viver sem pensar que um dia você viveu a minha vida daquele jeito. E me deixa. Notícia ruim chega rápido.

Sobre trair

Traição é algo inesperado. Mesmo com todas as desconfianças, você não espera que o outro seja capaz, de fato, da traição. Mesmo porque ele carrega uma parte de você dentro dele. Até que acontece na sua frente, ou melhor, nas suas costas. Traição é algo frio, sem sentido. Traição é quando, no meio da noite, só um fala: - Porque você me traiu? Você disse que me amava ontem. Você me ligou 5 minutos depois que me deixou em casa pra dizer que estava com saudades. E disse de novo, eu te amo. Quase um mantra. E você me traiu. O mesmo beijo não pode servir a duas bocas. Aprendi tanto com você. Me ensina a sair dessa, agora. As horas passam pra que eu te esqueça e não mais pra que você volte pra casa. Aliás, pra casa é o último lugar que eu quero que você volte. Me ensinar a te encarar de novo. Como é que faz pra não negar um abraço teu? Olha bem pra mim e me responde o porque de tudo isso estar acontecendo. Foi impulso? Bebedeira? Faltou o que? Porque falta de amor e carinho não foi. ...

O quanto

Como era o você antes do meu eu te atormentar? Quem sou eu depois de você chegar? Qual era a cor do teu olhar e que vazio (sobre)carregava o teu sorriso? Qual é a cor do teu cabelo? Deixa ele liso para o vento não se confundir. Deixa que ele leva o pó da tristeza. Que também foi embora depois que eu cheguei. Te vi crescer anos em meses. Quantos sou de mim? Quantos são de você? E juntos? Somos quantos? Antes de você chegar era menos as perguntas. E mesmo aquelas sem respostas, eram fáceis de responder. Hoje é silêncio. Que não é sim. Nem não. É o teu olhar pra baixo e minha mão te impedindo de atravessar a calçada. O choro é o beijo. Que mutuamente pedimos que não acabe. Quem somos nós? Somos amizade, respeito, luta, força, coragem pairando sob uma nuvem de poeira, neblina e concreto. Somos o aprendizado, a evolução e o equilibrio, num laço que se dá no desejo, no fogo, na paixão. Somos o abraço, a saudade, a despedida, a chegada, o pouco e o tudo. Menos...