uma saudade
Eu escrevo sobre uma saudade. Uma saudade que já tentei exilar, isolar, deixar de castigo num canto, guardar numa caixa e lacrar. Uma saudade que eu nunca tentei matar. Faltou coragem. Talvez eu goste de sentí-la. Talvez ela faça com que de ti eu não me esqueças. Uma saudade que outrora e sem hora vem me visitar. Me traz esse alguém com quem ainda passo horas a confessar besteiras, rir de bobeiras e chorar de falsas tristezas. Esse alguém não sabe que por instantes tento transformá-lo em ninguém. Tolice. Me quebra com aquele sorriso e volta a ser o mesmo alguém. Mais intenso. Mais saudade. Oh saudade que não se vai óh alguém que de mim não sai.