Eu vou fugir, sumir, sair do lugar, me matar, me apagar, me limpar, tentar e (re)começar. Te deixar e me lembrar. Lembrar como é sorrir, como é sentir, como é dormir sem me dopar. Arrumar a casa, o quarto, trocar as roupas, o perfume e as fotos. Mudar a melodia, o tom e a voz. Organizar uma exposição de mim e colocar tudo de volta para o lugar. Retratando aos berros a ardência da dor no peito do artista num quadro de tintas ainda molhadas. Que irão secar. E virar obras de arte. Ter calma, aliviar, aprender a respirar. Lento. Bem lento. Dando um passo. Dois talvez. A cada vez em que (re)conquistar o meu eu. Me apaixonar por quem o espelho reflete. Todos os dias. Ter fé e acreditar no brilho que os seus olhos insistem em refletir. Cessar a dor e viver de mãos dadas comigo. Até o fim.
porque todo mundo guarda um segredo.