Hoje foi um dia difícil. Não que nunca tivesse existido um dia como esse, mas ouvir é sempre e tão mais drástico e forte do que parece ser; do que ficar sabendo. Escreve uma carta, manda um telegrama, um email, mas não olha no meu olho e diz que não me ama mais. Que o seu amor é outro, que me ama sim, mas não como eu te amo. Porra! Desce dessa cama pra falar uma coisa dessa. Isso vira eco dentro de mim. E vai durar dias. Talvez eternize até vir outra pessoa e ocupar o meu sorriso. Hoje doeu um pouco mais. Não mais e nem menos que das outras vezes. Diferente. Uma dor diferente. O objeto cravado na carne sangrando foi mais um pouco pra dentro. Encharcou o vermelho já molhado. Os olhos se enquadraram, mas não como aquela sua vez preferida no parque, os corpos tremeram não por amor, a lágrima escorreu sem ser de saudade, o peito apertou e não foi desespero. Se fez silêncio. Virou segredo outra vez. Você desistiu. E da boca o amor saiu ód...
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Você
Cresci. Cresci em uma semana o que eu não cresci nesses vinte e tantos anos. Tantos pq não são poucos, como dizem. Só números. Não importa. Nada parece importar. E não é fase, é libertação. Libertar a mente, o peito, e dizer um foda-se bem grande pro que todas as vozes contrárias dizem a/e sobre você. Parece ser pequeno, mas uma frase bem colocada quando não se espera, surge efeitos inacreditáveis. Um "vai" de boca cheia te empurra pra frente uns 3 quarteirões e quando você vê ta lá na frente. Sozinho sim e dai? A vida é mais vida quando se vive sozinho. Solidão é estado de espírito, é opção natural de alguma pessoas. E? E foda-se! Ser sozinho é ser independente. Responsável sim, mas ilimitado. É sexta, ótimo, sempre rola um filme ou uma peça de teatro que eu quero ver. E vou! Sendo a pessoa que mais sorri pra quem passa. Isso é educação. Não tem nada a ver com vida amarga. Ficar sozinho te faz pensar, amadurece e claro, nos faz ...
Para Que Você Entenda
Entenda, eu posso apagar o passado, como também posso ir embora descumprindo a promessa do pra sempre. Não é mais um lance de coragem. É opção. Eu quero ficar! Mesmo com todas as consequências que isso traz. A mim. E só a mim. E, pra usar da sinceridade, eu te faria chorar. E, fora nos momentos abusivos da raiva, esse nunca foi o meu desejo. Você choraria duas, três horas, uma noite, dois meses, talvez um ano, não sei, ou não. Mas prefiro acreditar que sim. Não é bengala pra fortalecer, é questão de hábito. E de saber exatamente como você reage a cada situação. Sabe o que é? Eu sobreviveria de lapsos lá na frente. Seria o maior erro de todos sair e não ter você ao lado. E eu achando que depois daquele carnaval não haveria dor maior. Tolice. A dor seria, se já não for imensurável. Dor que cala, sabe? Eu sei que sim. E eu não quero isso. Duas metades tão iguais, com encaixes tão perfeitos quanto um quebra-cabeça de três mil peças feito quadro na parede, uma harmonia completa perdi...
300 Milhões de Pensamentos Num Centésimo de Segundo
300 milhões de pensamentos num centésimo de segundo. Eu pisco e vejo cenas. Eu penso e fiz uma história. Abro leques, monto roteiros de lugares que eu nunca conheci. Ando parada, em choque com tanta coisa que vejo por aqui. Uma pena tudo ser rápido demais e sem som. Corte seco. Cenas frias, ora quentes. Incolores e foras de foco. Desparceradas. Vida sem bossa é vida no choro, já dizia o trovador. Alguém grita meu nome na rua, estou devagar demais. É alguém querendo me ver. Outra vez. A saudade é bonita sim fora do papel. Ganha vida. A minha e a sua. É coisa de aproveitar o momento. Afinal, saudade é coisa boa! Assunto de gente amarga dizer essas besteiras. Dá um sorriso e volta pro meu enquadramento que a luz tá perfeita a essa hora. Tá vendo? São 300 milhões de pensamentos num centésimo de segundo. É fácil se perder. Talvez valha a pena segurar o primeiro frame mais forte. Dá pra saber como voltar, conforme for. Ou não. Vai saber. Trovado...
Eu tô indo embora. Assim, curto e grosso. Tá vendo aquela sacola de coisas? São suas e as minhas eu já separei. Não, não fala nada não, aliás, continua sem falar. Ao contrário de você eu apresento os meus motivos, não quero que você sinta o peso e (mais) dor que o silêncio pode trazer. Eu aguentei por muito tempo todas as suas falsas caras de amor, os seus "te amo" sem sentido e fora de contexto, os seus olhares desviados e o seu falso desespero quando eu expressava alguma reação não direcionada a você. Dói, sabia? Dói mais que um tapa na cara, que uma noite não dormida perdida em pensamentos tentando entender. Eu já quis, e como você coloquei uma pedra, só que eu não sei fingir. Eu quebrei a casa, o celular, chorei como criança quando nasce e descobre um mundo onde ela não sabe nada, caí, me desesperei, sentei e fundo respirei. E nada. Acordei, levantei, tentei outra vez, achei que fosse sei lá, coisa de momento, ledo engano, lá estava eu aos prantos outra vez. No t...
Singelo Dormir
Quarto escuro que me ausenta da visão de tua figura. Duas cobertas. Seis travesseiros. A gente se enrosca, mas agora é diferente. Eu velo o acalmar da tua respiração até que eu me acalme também. Seu sopro profundo e êxtase involuntários do seu corpo não me assustam, apenas me trazem, com clareza, a segurança de que esta noite tu dormirás. Em meus braços, um singelo dormir.
Seco
Cavei um buraco em meu coração, preenchi com terra nova que sustenta fortes raízes. Vomito fumaça preta. Eu não rego, porque regar é pranto E eu não quero chorar. Eu não quero chorar. Mas terra mal cuidada é terra podre. Apodrecido está o meu peito. Apodrecido está o meu coração. Mas eu não quero e eu não vou chorar. Eu não vou chorar. Lágrimas não te comovem. Palavras não te comovem mais. Seco também está o seu coração.
Vazio preenchido com fumaça. Que vira cinza. E vira toco. E joga fora. ___ Meia luz, meio sol, meio você. Frio. Meio cigarro que queima e o vento sopra espalhando a dor que a fumaça tira do meu peito. Arde. E não passa. E nada esquenta. Inverno sem você. ___ Eu vago, não vivo. Eu não gostava, mas Caetano me fez entender: "você não me ensinou a te esquecer". Quanto tempo mais?
"Você estacionou e eu varei o pare"
A minha saudade anda com saudade da sua. A minha loucura deu um escândalo outro dia, quebrou celular, Mas parece que a sua estava fora de área. Não deu sinal. As minhas lagrimas correram sós, desparceradas. E as minhas palavras não encontram respostas. Tem muito eu num paraíso de você. Você estacionou e eu varei o pare. Minha vó diria que falta a cereja do bolo, Minha tia a tampa da panela, Pra mim, pode ser bolo de fubá com água, Mas tem que ter você.
Vago outra vez, como sempre foi
Só que agora é possível olhar pra trás. Diferente. Como algumas coisas. Não vale a pena enumerar, meu coração, ele jamais suportaria por passar novamente por isso, e de novo, e mais uma outra vez. Como essas coisas que tem acontecido. Como essas falas que não se tem cumprido. Todo mundo precisa de ajuda. Todo mundo precisa de atenção. Todo mundo precisa mudar de vida. Todos os dias. E aí me vem você, assim, de repente, com a sua carta de alforria assinada. Eu sabia! Mas se eu falo, eu choro. Silencio inquestionável. E você não pode me ajudar? Engraçado, eu também preciso de ajuda, mas é isso, você sabe que eu posso me levantar sozinha, não é? É. Meu piano me entende. Nele também há acidentes. Ele há de estancar o sangue da ferida. Qualquer meia melodia satisfaz um peito cansado. De levar porrada. No sentido literal. A natureza com que as coisas acontecem é como o sutil desligar do telefone, como o som de longe do trovão que encaixa com qualquer Si Menor segui...