21.6.15

2 Dias Sem Você - Parte I

Eu queria nesse momento estar na sua frente. Me entregando com o olhar. Arrumando um canto ou o centro da cama para me ajeitar com o violão. Cruzar as pernas tortas, pender pro lado e desengasgar.
Mas não posso.
Ou quem não pode é você?
Talvez não podemos. Ainda.

Sexta-feira, além da ressaca que estava por vir, um sono que só tenho às sete da manhã, tinha um pé esmagando meu peito. Sei que sabes bem como é. Mas também sabes lidar.
Eu não sei.
Nunca soube.

Te ver fazer "ficar tudo bem" pelo menos ali me fez rir.
Sorrir.
Segurei.
Um beijo no rosto quase molhado de suor pra me ajustar e dizer que "estava tudo bem".
Pelo menos ali.
Te encarei.
Logo veio o segundo, um "tchau"meio torto sem retrucar e o silêncio. 
Eu não queria que você fosse. Não assim.
Te vi sair. E eu no chão.
Na contramão.

Atravessei e tudo o que eu poderia sentir em um só momento eu traduzi em alguns acordes. Encaixei a cena no primeiro verso, berrei no pré refrão e explodi.

Eu sabia que você talvez nunca escutasse como eu gostaria. 
Mas decidi guardar. Foi o dia todo assim.
Repetindo notas e versos. Até diminuir. 
E não passar.

Dois dias sem você.

19.6.15

Tô triste. É um desabafo.
Eu não queria ter feito tudo aquilo. Não queria ter falado o que eu falei.
E não penso, eu tomo posso e (re)ajo. Errado. Eu sei. Não precisa nem me dizer.
Eu tô sentindo.
Desde ontem essa porra dessa dor no meu peito, esse choque que me dá por dentro só de pensar em tudo o que foi dito. E não bastando eu vou lá e releio. Vejo você se transformar e tomar postura para domar um leão e colocar dentro de uma redoma de vidro.
intocável.
(In)quebrável.
Frágil.

Me perdoa.

Acordei as 4 da manhã sem sono e olhando fixamente para um ponto.
O meu celular. E me perguntando porque.
Eu me perdi?
Você se perdeu?
O que aconteceu de errado?
Não estava certo até aqui?
Não era de cuidados que falávamos?
E, de repente, você vomita verdades que entram como faca e agora ficam aqui ecoando. 
Muda-se o tom de voz, muda-se a postura, os cuidados e as palavras.
Pesa.
E ainda assim eu peço pra você ficar.
Ainda que em silêncio.

A conversa de ontem não combina com os planos da conversa passada:
"Pela idealização que você pode ter criado" - criamos
"Invasão"
"Falta de respeito"
"Você não me deixa em paz" 

Tudo ao contrário do que sempre disse. Quem acordou com medo fui eu. Com tudo isso aí na mente. E ainda assim buscando me perdoar e tentando arrumar uma maneira de apagar ou saber lidar com isso. Virou sentimento. Eu disse. Não age como se nunca tivéssemos falado sobre isso. Como se nunca tivéssemos feito promessas de uma vida melhor.
Eu surtei porque queria te ver.
E vou surtar por não poder ter abraçar.
E despedaçar mais um pouquinho a cada indiferença.

Tá doendo.
E eu só queria ser forte e respirar fundo no seu sorriso.
Eu sei que depois que inventaram a desculpa ficou tudo mais fácil.
Por isso uso o perdão. Vai mais pro-fundo.

Não sei se desisto de mim ou de você.
Faz parar de sangrar?
Enxuga num abraço?
É tudo verdade o que está aqui. Eu não quero te assustar, eu não quero moer mais do que somos moídos.
Não tem graça sem você.
Não tem graça cantar e doer.
Graça tem quando você alcança as notas e sabe os acordes da música.
Quando se empolga e dança enquanto canta.
Isso era paz, lembra?

Me perdoa.
Atravessa a rua.
E volta a ser você?

4.6.15

Com certeza eu vou esperar você se arrumar e puxar a toalha até que esteja bom para nós dois.
Sentar, cruzar a perna e dizer com o sorriso completamente aberto "pronto!"- e eu com aquela cara de idiota medindo cada centímetro do seu passo certo.

- O que foi?
- Nada
- Fala - me passando a água porque é nítido a secura da minha boca.

Quem dera fosse nervoso. Tiraria de letra.
Todos os milhões de pensamentos que eu tenho a cada segundo sugaram até a minha saliva.
Imagina aqui dentro.

Sabia que eu fiz uma playlist que é pra você? Sério, nesse lance de agora poder carregar seu 'radinho' no celular, eu faço playlists, pen drives, cd's e já copiei muita fita K7.
Inusitado! K7 é velho, né?! Só um iPod que eu não consegui...

Mas, voltando ao digital, todas as músicas que eu desejo ouvir do seu lado eu coloco lá. Em algum vinho depois das 18h vai rolar. A vontade mesmo era ouvir num dia de domingo de chuva, segunda de sol, terça faxinando, quarta na Faculdade, quinta na volta pra casa, sexta no carro, sábado no bano antes de sair. Domingo na hora de acordar e fazer amor. E não ter que viver sonhando,  criando cenas incertas.

Realidade.
Eu disse outra vez que seu carro me contava uma história.
Já parou pra pensar que a rotina é um quebra cabeça?
Sem hífen, mas é. Repara.
Você faz as coisas todos os dias na mesma hora. Passa pelos mesmos lugares, quase vê as mesmas pessoas, quase para seu carro no mesmo lugar. Às vezes ele fica muito longe da guia, tá? Abandono de veículo chama isso, mas eu sei, "é por causa da correria". Todo dia, o dia corre. Pra você, literalmente. É uma rota. Rota gira em círculos. Se você der as coordenadas certeiras (como fez pra mim) a pessoa completa e sabe onde você está quase que o tempo todo. O seu carro me diz quem está e que horas eu posso falar com você. Tá confuso?
Calma!
Cada coisa no seu dia.

Quarta eu acordo mais feliz por poder dar bom dia.
Passo a tarde respirando mias leve por poder falar.
E tiro a noite de folga para esperar a quinta que é quase igual.
Entendeu?
Aquele carro branco, igual era o meu, me traz a certeza de onde você está.
Ainda que não te vejo, realidade outra vez.

Me fala quem é você.
Você 10 anos atrás.
Não quero começo de histórias. Quero a sua.
A sua por você. Numa festa. Seus amigos.
Onde eles foram parar?
Ou a pergunta é: aonde você se estacionou?
Relaxa, eu demorei pra entender aonde estava escrito PARE. 
Porque ler, muita gente sabe, mas compreender é diferente.

Te abraço.

E aí você vai dizer coisas que eu jamais imaginaria escutar. Vou admirar ainda mais a sua criação, a sua maturidade e evolução. Nessa hora te dou fórmulas de como me destruir. Sim, eu entrego as armas que atirarão em mim mesmo.
O seu caráter e a sua maturidade eu aplaudo em pé.
Mesmo sabendo que as pessoas são falhas, eu espero que você nunca me decepcione nesse sentido.

Dor. Não. Nem pra mim nem pra você.

O seu sorriso é o mesmo?
A sua risada?
O olhar eu sei que mudou, queria ter guardado aquelas fotografias. Analisar melhor.
Tudo bem, conta que eu acredito cegamente em você.
Confiança.
Segurança.
Paz.
Um pouquinho de ciúme pode e essa parte deixa comigo.
Você ri.
E eu te beijo.
Devagar, pra dar tempo de você se apaixonar.
Meia hora.

Será que é hora de listar as coincidências?
Lembra da listinha que você me mostrou?
Vamos fazer uma de coisas boas? E nossas.
É como escrevermos um livro juntos. Só que você me desenha na sua rotina e muda algumas peças de lugar. Troca o lado da cama, eu tenho lado certo. Pelo menos nisso. Mas podemos intercalar, tá? Tá!

Tô sonhando, né?!
Mas escritores geralmente fazem isso bem. E levam alguém com eles. Hoje é você. Mas não é só. É escrever o roteiro de uma história. Que pode ser publicada ou deixar no monte em cima do arquivo morto.
A escolha? Eu já sei duas coisas: a minha e que não depende dela.

Vontades.
Eu quero te ensinar tanta coisa, sabia?
Não porque todos os dias eu aprendo muito com você ou só de pensar em você eu já cresço um pouco mais. Mas porque é como um ímã. E aí as coincidências começam a chegar. Por isso eu quero completar o meu quebra cabeça e o seu passado precisa estar aqui só pra eu me sentir no real.
Tem piano, tem voz e tem violão.
Claro e obviamente a voz seria a primeira.
Fazer segundas, terças e quintas eu choraria só de ouvir nossas vozes casadas.
O violão viria depois.
Depois que você tivesse o seu no quarto.
Depois do tempo que você tivesse para tocar mais durante a semana.
Ok, esquece o violão.
Deixa que no fim de semana rola intensivo e aí já demos um passo.
Certo?

Incerto.
"Uma coisa de cada vez, primeiro eu preciso te descobrir, conhecer o seu corpo e depois a gente vai adaptando e chegando nos objetivos, tudo bem?"
Foi a primeira coisa que você me disse.
E eu uso "contra" ti.
"Uma coisa de cada vez". Mesmo eu não sendo assim, sendo sem jeito e querendo tudo pra ontem.
O tempo me esmaga. E você veio pra me ajudar a entender realmente o que eu já quase não entendia: "não somos donos do tempo". O tempo não é nosso.
Terei isso na perna.

Tatuagem
Só as borboletas pra representar a liberdade?
A sua?
Você é livre ou você voa?
Intenso. (Pro)fundo.
Curioso. Inteligente.
Interessante.
Esse caso de não ter caso nenhum.
Mas trilha sonora com certeza já tem.

Te gosto.

#TransformeAmorEmArte

O amor é único.
As paixões, imensas.
Mas o amor vem de uma única fonte.
Sem denominações, sem generalizar, só reconhecendo a sua singularidade.

Tudo em mim soa 3 vezes mais.
#Intensidade

Minha lição é aprender que não posso te oferecer minha metade, pois já sou inteiro.
Assim como você.
O amor completa.
Assim como se eu te pedir a sua metade para amar, tu não me mandarias.
O amor é totalidade. Ele preenche as lacunas dos denominados meios.

Mas é total.
#Soma

O amor é bom o tempo todo.
Talvez provoque algumas situações desconfortáveis, mas não o deixa de ser bom.
Só se mostra que há alguns dias frios também. 

E escurece.
#Some

Vem maturidade num jogo de olhares. 
O coração respira, diz que não há tempo, você (re)luta, mas o amor salva!

Te tira do coma.
#Cura

Você abre os olhos e se sente vivo outra vez.
Foi o amor - sussurro.
É o amor - eu berro!
#Vida

Portanto, tudo e incluo o tudo nesse todo, que envolva amor e for feito com o mesmo terá o meu respeito e sentir.
O amor pode estar em todo lugar.
Transforme o seu e transborde-se.
#Mergulhar

Há alguns, como nós, que não vivem.
Amam.
E nem por isso só(bre)vivem.

2.6.15

Te gosto

Sabe, eu sou tão profundo. Tão intenso que qualquer atenção vira amor.
Entendo você, suas dores, seus pensamentos e momentos. 
Me envolvi e não sei como sair daqui.
Não sei se saio, se fico, se te espero, se deixo na mão do destino. Sei lá, destino às vezes brinca com a gente e eu não gosto disso. Eu me dôo demais e tropeço em mim mesmo e me machuco sabendo o chão que eu piso. Eu sei que você não pode falar muitas coisas e esse silêncio me cutuca, abre ferida que eu não quero cultivar.

Mas "cada vez que eu fujo eu me aproximo mais e te perder de vista assim é ruim demais" e eu já não sei o que fazer. Se nem você sabe... O meu desejo era o seu sim por completo, pois meio eu já tenho e penso duas vezes antes de me aproximar de qualquer pessoa que não seja você. Difícil.
E de novo, o clichê: "Quem disse que seria fácil?" 
É...
Desculpa pelo bem ou mal que causei. Se doer mais do que aqui nem minha voz posso deixar você ouvir. Não quero brigas causadas, quero paz. Mas também quero amor, vontades e desejos correspondidos carnalmente. Você me equilibra e isso me faz bem. Difícil ser o lado oculto quando meu peito quer gritar. Mais difícil ainda saber que não pode guardar nada do que escrevo, só no coração, se couber.

Estou transbordando.
E cheguei no ponto do medo.
Não diz "vamos conversar".
Não vamos.
Foda.

Algumas coincidências me assustam.
Custa não pensar.
Meu silêncio fala mais quando encontra com os seus olhos.
Talvez só assim nos entenderemos.
Não quero passar a vida sem você, mas se pesar, eu vou embora.
Sem cobrar. Sem nada. Só vou.
Se for pra ficar, eu fico. Se for pra voltar, eu volto.
Mas cada ato é teu.
Cada música é pra você.
Cada pensamento, cada nota e melodia.
Você me fez sentir o que eu jamais ousei sentir novamente.
Desculpa ser assim. Estou aqui, mas não sei até quando posso aguentar.
Te gosto. Eu não gosto de ser o irrevelado, mas por você eu posso ser.
É como se eu soubesse onde isso acaba e não é só na cama.

Sei que lê uma, duas, três vezes até marcar no coração porque há tempos ninguém te diz o que eu digo. Ninguém te balança como eu balanço. Ninguém gira no teu compasso e faz as horas dobrarem para você ter o seu próprio tempo. Isso não é conquista, é desabafo. É amor transbordando.
É te dar o céu e carregar a lua fotografada por mim num pingente pendurado no teu peito. Único. Exclusivo. Seu!

Deixa escorrer essas lágrimas enquanto esse sorriso toma conta de você; e aí você não sabe se chora de dor ou de vontade. Te entendo. Novamente. O pior? Não ser o meu querer.
Se fosse, a cama com lençóis e edredom brancos estariam lisos à espera por esse seu corpo cansado pronto para um abraço que te esperou o dia (quem dirá a vida) inteiro.
O meu pedido? Vem!
Eu cuido do mal, do medo, do desapego, do quebrado.
Sou eu quem mais entende disso depois de Drummond ou Fernando Pessoa.
Confia. Se joga.

Um sim pro nós.

Lá Pras Vinte e Uma

São 21h23 e eu já olhei sete vezes para o relógio.
Ele não anda. 
Parece que quando mais se aproxima de um "oi" chegar o tempo para.
E depois que chega, ele voa.
Confesso que odeio a parte do "boa noite".
Odeio clichês também, mas parece que com você é mais gostoso de usar.

21h25 e esse documentário me faz querer escrever somente em inglês e nessa, eu lembro que sua mente deve estar acumulada de informações que não farei isso. Simplificarei para você.
21h40 me afundei na visão da cegueira que retrata Saramago.
Quase desacredito e começo a imaginar o barulho do portão se abrindo e a janta pronta no seu prato.
Deixei em cima do fogão, caso eu pegasse no sono, mas só caso mesmo, porque sono...
Continuei a imaginar o banho cansado e a cama quente que deixei te esperando.
Computador ligado e todo o resto das horas com você.

21h53 você chegou!
Meu coração vibrou.
O cérebro voltou.
E o documentário, ainda que não, acabou.
Agora, pra mim, só existe você.