23.7.14

Londres, 11 de Maio de 2014

O vento faz barulho na janela.
São 4 da manhã.
Eu mandei uma mensagem, mas não quero te ver de novo.
Não assim.
Não agora.
Mas, você sabe, isso é uma mentira,
eu só penso em te abraçar.

Eu saí com alguns amigos,
mas, toda noite antes de dormir,
você rouba os meus pensamentos.
Oh! Se você soubesse,
se você soubesse a falta que me faz.

A tua voz.


14.04.2014

Pela primeira vez ou por um primeiro momento, sinto orgulho de mim.
Num mundo onde não existe auto estima, para pra pensar. 
Eu cresci! Sério, escuta!
Eu apanhei de um ano pra cá, chorei, sangrei e quase, um ano depois, que eu me deixo levar por esses mesmos sofrimentos (pessoas?) ruins novamente.
Me diz? Pra que?
Cara, a vida passa, se a vida que é única, preciosa e todo esse bando de coisas que até a Bíblia fala passa, porque tais acontecimentos também não passariam?
São fantasmas, eu sei.
Mas hoje lhe digo sem lacrimejar: estão todos mortos!

Porque eu to rindo?
Não, não é sarcasmo não, é orgulho mesmo, é coisa boa.
Eu aprendi! Eu amadureci em 12 meses uns 15 anos.
Dou conselhos de avó se preciso, e claro, aperto a campainha e saio correndo feito moleque. Manter o equilibrio, sabe como é né?!
Sim, equilibrio da mente, fator principal. Receita? Vida! 
Vai sofrer, vai quebrar a cara, vai pedir, implorar por amor, amizade, atenção e não ter. Ou ter cinco minutos. Eu sei que não basta. Mas pra pessoa bastou. Pra ela passou.

Uma vez escreveram num guardanapo que o fim é pra quem diz. Hoje é minha vez, sem me entorpecer lhes digo: vai sangar, vai quebrar a cara, vai viver, vai chorar.
Um dia a vida cobra, você cresce, aprende, se detém dos melhores conselhos (jamais ouvidos) e dorme em paz. Deixa o tempo passar, o mundo gira e a vida se repete, quem foi volta e volta quebrado pedindo perdão.
Sim, de algumas coisas eu sei. A parte triste é reconhecer que todo aquele amor virou lamento.
Desculpa, eu posso, mas não quero.
Passou.
Vontade de dizer um monte de coisas.
Te encarar sem ninguém e quebrar o teu gelo,
mas cada passo (dos grandes) que eu dou, você vai embora.
E me sinto de ir na necessidade também.
E vira ciclo.
Medo do fim.
Sem um último beijo que salva tudo.
Sem o último sexo que dura todos os dias como tantas outras vezes.

Não me deixa ir.
Não diga que vem.
Só vem!
Mas vem na verdade.
Larga tudo. Encara tudo, como todas as vezes.

Você não tem medo e não precisamos mais dele, muito menos nos esconder.
Eu falo em casamento e você emudece. 
Desculpa, mas aliado ao seu silêncio eu ainda sinto o seu coração bater.

A porta está aberta.
Entra, guarda as armas e
me convida pra ficar.
Pra sempre.

*nos amamos*
Você quer.
E não quer.
Tudo ao mesmo tempo.
Você gosta do não gostar,
mas sente falta se gosta.

Estacionou naquela fase entre matar o chefão e 'zerar a fita'.
Ou melhor, o último capítulo do livro e ter que enterrá-lo na prateleira.
Achei que livros combinam melhor com as suas metáforas.
Ou não.
Você é sempre um mistério.
Um vem e vai que eu adoro.
Um balanço numa tarde cinza de frio,
que nunca me deixa desvendar.

Apesar de eu saber de tantas coisas.
Você nem imagina.
Mas no futuro será eu.
Se não for, ainda serei.
A razão?
A primeira vontade,
o primeiro sonho,
o primeiro eu.
Comigo.
Ainda que com outro, 
mas comigo.
Nem uma vez e ainda assim comigo.

Deita. Dorme e descansa.
Usa os seus artifícios para escapar e
dizer que 'se assustou'.
Acho graça. Acho lindo.
Principalmente a hora em que você me 
pede para voltar com algum perdão entre os dentes.
Perfeito pro meu sorriso.
Tamanho exato do nosso abraço.

22.7.14

18.7.14

O que ninguém sabe sobre o amor

Depois de tantas dores, decepções, remédios, noites mal dormidas, choros, celulares quebrados, viagens, novos amigos e desamores, ainda existe o amor.

Tem amor que nunca passa.

Tem o amor de mãe, amor de filho, amor de amigos e de família. Tem amor que se lembra com carinho, amor que nunca mais se vê. Tem amor que se encontra na mesa do bar. Amor que apresenta a nova família e convida para um chopp. Tudo resolvido, como pede a calma.

Mas tem amor que nunca passa.

Eu não sou desses que cura amor com outro amor. Isso é ilusão, perda de tempo. É brincar com sentimentos alheios e, desculpa, o meu coração não é playground. Nem o seu.
Enquanto há brechas, há ainda o que ser feito. Não ligo de ser tachado de ridículo, quem não se lembra de Álvaro de Campos dizendo "todas as cartas de amor são ridículas". O amor começa na ridicularização da personagem. Olha a sua cara de apaixonado no espelho. Ela é ridiculamente linda.
Obrigado.

Todos vão dizer 'esquece', 'não vale mais a pena', 'você é maior do que tudo isso'. O meu amor é maior que tudo isso! Enquanto a minha alma me incomodar e a minha criatividade me tirar o sono, eu me permitirei encarar a realidade.
Quem sabe?
Ninguém sabe!
A humilhação vale a pena enquanto houver sentimento (para não citar outra vez a palavra amor).
Porque?
Por que tem amor que não passa.

Tente uma, duas, todas as vezes que for necessário. Grite na rua, escreva textos, componha uma canção, cante desafinado (e isso é ótimo porque arranca sorrisos inesquecivelmente espontâneos), mande flores, implore, mas não desista. Coragem e amor andam de mãos dadas.

A hora de parar?
Se ambos os olhos não marejarem e a voz não tremer ao dizer 'nunca mais' é hora de dar as costas e seguir em frente. Em pé. Sorrindo. Carregando o final de uma história de amor que não foi triste. Foi sensacional, assim como a vivida. Serve de conselho, vira livro no final. Tudo foi feito. É hora de dormir em paz.

O outro lado?
Voltará para casa com a certeza de que ninguém jamais será capaz de fazer o que o seu amor fez. De dizer o que os seus lábios disseram. De suportar o que o seu físico suportou. Por amor. Jamais! Essa certeza você também pode carregar.
A mão vai suar, o corpo vai tremer, coração acelerar, o vazio continuar. Não importa o tempo que passar. Mas o seu coração dirá em sussurros 'descanse'.

E a vida é curta.
Não cabe orgulho.
Cabe amor.

Porque tem amor que nunca passa.

17.7.14

Desculpa

Desculpa! 
Sinceramente desculpa! 
Desculpa a minha possessividade, a minha obsessão, a minha loucura. 
Desculpa querer ser a ultima pessoa a tocar no teu corpo que eu decorei cada cm. Desculpa. 
Desculpa os choros, todas as vezes que eu cai e pedi pra você me levantar. 
Desculpa ter que berrar, você não queria e eu tinha certeza. Desculpa das certezas também que eu já sabia e que depois viraram (in)certezas pra você. 
Desculpa o desespero por te deixar aqui nesse mundo que te engole e te devora, em todos os sentidos. Desculpa o desespero por saber que você não é de aço e que agora, talvez, esteja sozinha quando mais precisar. Desculpa fazer vc fingir pros outros que está tudo bem enquanto o rádio grita uma canção que você ficava irritadíssima quando eu cantava errado. 
Desculpa ter deixado cada marca de mim no seu mundo. 
Foi pra vc eu querer estar presente até quando, você que odeia, abrisse uma caixinha de surpresa. Desculpa tirar o teu sono que agora você sente, a sua paz que agora te conforta, desculpa pelas palavras doces que azedaram. Desculpa por tudo isso não ser culpa exclusiva da minha parte. Seria muito mais fácil se assim fosse. Eu sentiria culpa ao invés de amor.
Nos criamos assim. 
Desculpa te deixar um sol que queima a janela fria e não estar do lado pra ajeitar o cobertor ou te acordar reclamando que faz frio mesmo com duas cobertas. Desculpa não estar presente no seu aniversário. Essa não tem perdão, eu sei! Mas me desculpa, eu faço as contas e meu presente chega no dia, os Correios não estarão em greve! 
Ta bom, desculpa, não posso prometer por eles. Mas por mim eu posso. Olha a data! Vai dar certo, tenho uma amiga, ela nunca erra! Chega ate antes sabia? Acho que é correio de primeiro mundo e aí da até pra ser a primeira de novo! Ufa! 
Desculpa não estar aqui quando você fizer aquela curva e seu corpo fritar de nervoso. Desculpa não ter estado lá pra segurar o teu volante. 
E obrigada por não ter sido a ultima curva... 
Desculpa o sufoco, a falta do que falar, o silêncio. Desculpa por ter feito da sua vida um inferno, ter te bloqueado da vida por uns anos e não ter te ensinado nada. Logo eu. Desculpa, eu não queria ter dado aulas de ciúmes, só violao e piano tava bom. Mas, desculpa, eu sou assim. Desculpa por um blog que carrega teu nome e teu cheiro nas entrelinhas. Desculpa pela música mal acabada. Pelo aperto no peito. Desculpa pelo pra sempre e pela ausência, eles não combinam eu sei, desculpa. Desculpa a sinceridade, o sentimento, a melancolia e o peso da poesia.
Desculpa por ser eu e obrigada por ser vc. 

Da série de 3

Você não sabe o quanto eu tenho sofrido.
Ou sabe.
Por vezes confundo o seu Whatsapp com o meu Notepad e
extraio palavras a seu favor que expressam 
o quão bem não estou.
Você não sabe o quão eu tenho chorado.
E isso, realmente não sabe.
Há exatos quatro meses e dois dias eu não choro
a nossa ausência na sua presença.
Você não sabe o quanto eu tenho gritado por dentro
a dor de uma ferida aberta num ponto entorpecido por falsos remédios
Tortura delirante.
Você não sabe como o mundo me tem feito alusões à teu nome.
Como ando de olhos fechado pelas cidades (do mundo) para não ver cada muro de concreto ostentando o teu sorriso perfeito se quem,
sem jeito, acabou de chegar.
Não, você não sabe.
Você não sabe quanto tristeza se instalou 
desde que me mandou pular do seu andar.
Quanto grito ecoa aos quatro cantos de mim,
por você não ter olhado para trás  para verificar se,
ao menos dessa vez, eu teria realizado o desejo do seu ódio.
E acabado com tudo de uma vez.
Não.
Você respirou fundo,
devorou o choro e 
caiu em sono.
O riso mente,
os ósculos escuros escondem.
As passagens revelam:
Eu ando fugindo, 
me escondendo,
negando a mim mesmo.
Você sabe, 
mas eu não quero acreditar.
(...)

16.7.14

O nosso nós

Queria agora aproveitar a noite fria, a casa escura que (quase) todos dormem e invadir o teu espaço. 
Chegar de mansinho na porta do seu quarto, abrir sem fazer alarde ou acordar latidos. Tirar o tênis e deixar no caminho, quem se importa?
Deixar o moletom em qualquer canto e te procurar entre as cobertas. 

Aproveitar o seu sono pesado e arrumar delicadamente a sua cabeça no meu braço. 
"Qual lado dormiremos?"
"Hoje pode ser só o seu!"

Você não acorda, mas responde ao encaixe do meu corpo no teu, das tuas pernas entrelaçadas nas minhas. Me procura e eu sorrio. Você não precisa olhar pra ter certeza, é o meu cheiro no ar. 

Enquanto acalmo a minha respiração, você suspira. Será a primeira noite em que dormiremos em paz desde que permitimos reencontrar o nosso nós.