31.8.11

Nosso crime

Me peguei pensando na nossa primeira vez.
Não era bem você o foco que os meus olhos buscavam.
Foi eu me distrair pra você me perturbar.

Poderia ter sido diferente
se algum dia houvesse existido verdade.
Quem sabe se você tivesse me mostrado o caminho
e não parado no meio dele.

Nós dois somos culpados.
Cúmplices e pagamos pelo preço de um crime
que nunca aconteceu.
Um crime que, suspeitamente, ninguém viu.

E como crime, as cores que escolhemos terminaram encharcadas de cinza no final.
Afogadas pela mágoa, dor e um certo desespero por ter chegado ao fim.
Estava pra acontecer.
Eu deveria me sentir culpado? Ou somente esperar pela sentença?

29.8.11

Sou triste

Eu sou triste. Tenho que confessar.

É mais uma coisa de ser e não de estar.

Pode tentar dizer que não, mas as suas reações precipitadas já não fazem sentido.



E quando isso exterioriza eu penso demais.

E pensar me faz perder a cabeça, o controle, o volume, o foco.

Eu saberia agir nessa horas se fosse com você. Mas não te preparei.

Pensar demais me faz sozinho toda vez. Me azeda. Esqueço de amar.

Ninguém tem culpa. Se for, sou eu! Paciência.

Eu não sei lidar.



As respostas estão nos livros que a gente não lê.

Alguém veio pra me ensinar. Ainda tem muita coisa pra mudar.

Muito do que eu falo, algumas pessoas ainda não entendem.

Não há preparo. Sozinho não consigo.


Também quero o que faz bem. Só precisam lembrar.

Lembrar de quem ama. Não custa.

Uma ligação, por segundos que seja, pode mudar o dia de alguém, confesso (outra vez).


Menos egoísmo e mais amor muda o mundo, ainda que o teu, dentro do teu quarto sem ninguém saber.

14.8.11

Da série curtinhos

I

- Da pra esquecer Mesmo um amor?
- Completamente.

Resposta rápida. Dá quase pra acreditar.
Parei de ouvir quando começou a doer.

II

Entre o freio e o grito, o instante que não se imagina.
Perturbação plena da paz.

8.8.11

Segunda triste

O dia tá estranho.
Fazia sol. Muito sol. Quente.
E agora as nuvens levaram seu brilho.
Assim como o vento levou alguns amores.

Hoje pela manhã o café era doce,
mas desceu amargo na esquina da desilusão.
Ninguém sabia de nada.
Fingiam saber.

Foi uma noite mal dormida.
Interrompida por crises intensas de ansiedade.
Desespero, pra alguns.
Ninguém sabia de nada.
Fingiam dormir.

Agora, no cair da tarde não veremos o sol pintando o céu de vermelho.
Tão pouco o mar se perdendo no azul infinito.
O dia foi programado pra ser cinza.
Mas algo deu errado. O sol de verão não combina com dia de inverno.
Começamos pelo fim.
Eu parei. E mudei o dia.

O vento vai soprar mais forte, mais frio.
Mais pesado.
Talvez se fosse terça...

3.8.11

Quase perfeito

Pode soar poético: "Queria ver e vi".
Foi como jogar uma moeda e o pedido se realizar horas depois.
Ainda é o mesmo olhar; a mesma graça que me faz rir.
Ainda é você. No seu estado quase perfeito.