27.1.09

Uns e outros

Tudo é estranho, confuso e ao mesmo tempo contagiante.
Ela ainda nao sabe, mas ele sonha com ela. Tem acontecido todas as noites.
Do mesmo jeito. Tudo igual.
Ele ainda nao sabe, mas ela pensa nele. E tem acontecido quase sempre depois que se encontram. Ela nao sabe explicar, simplesmente acontece.
É como se ele invadisse os pensamentos, o sono, e tranformasse o dia. Ela ainda nao sabe, mas ele chora por ela. Um choro contido, sofrido. Um choro de quem pede colo.

Ele nao pode dizer, lhe falta o ar. Mas ele ainda nao sabe, ela sofre por ele também!

Foi um erro, ele diz com a voz embargada. É um sonho, ela pensa com a cabeça longe.
Se é paixão, quem sabe? Ninguém sabe explicar.
Eles nao sabem, mas foram feitos um para o outro.

24.1.09

Sussurro no escuro

É claro que eu ficaria feliz com qualquer coisa que me contasse. Mesmo que em algumas delas estivessem pessoas q eu diria não ser pra você. O lance dos opostos, eu sei, e como se atraem.
Mas, sabe meu jeito, né, essa mania de subestimar as pessoas erradas. Talvez ele nao seja tão errado assim. Pra você. Nem sempre as coisas saem do jeito que imaginamos. Sonhamos? Por que querer mesmo estamos sempre querendo. Mas aí rola aquele lance de medo, de que tão me vendo, do que vão falar, de que não dá. O que eu to fazendo? Deixa pra lá.
Eu sei, eu entendo, nem precisa começar. Desisti, larguei mão. A gente nuna ia chegar até lá. Ou ia? Ia. Se eu to feliz? É, vou mandar um sim, ainda que nunca mais brilhem os olhos como daquela vez, eu sei que o coração tá batendo bem aí dentro. E se isso te fizer sorrir eu repito o feito.
Na torcida lá em cima já tá tudo pronto, mas eu sei que o jogo é sempre uma caixinha de surpresa, aliás, é tensão até os 47 do segundo. Em dois tempos, pra não esquecer. Driblei o embaraço e tô no campo com você. Com a mesma camisa. Pra fazer bonito ein, até o final sem deixar que ninguém caia. Tô no mesmo lema: já me joguei!

23.1.09

Arquivo Corrompido

* texto originalmente escrito em em Setembro de 2007.

Todo mundo espera alguma coisa do sábado à noite.
Se não for do sábado é da sexta, nunca do domingo.
O domingo é reservado pra ressaca, pra um almoço em família, pra saber o que aconteceu ontem, pra ficar com raiva de você mesma por ter feito a pergunta: 'meu, o que aconteceu ontem?' (pra que? Já foi, todo mundo já viu, pra que saber?) ou pra voltar pra casa quando se faz faculdade em outra cidade. Ultimamente é isso que anda acontecendo. Merdas e viagens. Ou seria amnésia e viagens? Não sei, já esqueci, alguém me ajuda?
Claro! Prestação de serviços também temos feito com freqüência.
Tipo pau pra toda obra: ajuda a levar a amiga pra casa, ajuda a amiga a acabar com a bebida do bar, ajuda a amiga a paquerar o cara certo, ajuda a amiga a abrir os olhos e entender a realidade de um mundo onde o amor não existe, ajuda a amiga a ficar de pé e depois, claro, ajuda a amiga a lembrar da balada que ela diz que não foi.
A gente quase não tem ido às baladas.
Na nossa memória falta um processador com uma compatibilidade maior para armazenamento de dados e fatos! E é aí que aquele lance de colaboração alheia entra...

...noite de sexta-feira. Último capítulo da novela, finalmente a pergunta ia ter uma resposta: quem matou Thais? O Brasil esperava por essa resposta e eu pelo bar. Ela vem de longe, esporadicamente. A outra ta sempre aqui, mesmo estando lá. A ordem é beber e esquecer de provas e relações amorosas mal resolvidas. Ok, qual é o plano pra hoje?
"balada só depois da novela"
"ok"
"meu, eu quero ver a novela bebendo"
"ok"
"vamos ver a novela bebendo"

Pra mim tudo tava "ok", eu tava a fim de beber, a fim de diversão e com elas isso era garantia na certa! O que não era certo era que a noite dava sinais de perigo. E depois dizem que fatos do acaso são inexistentes, pois é ele veio e a gente só soube bem depois. Era um sinal...

...ainda no supermercado aquela confusão de quem vai beber o que, quem vai pagar o que e a pergunta que não queria calar: já começou a novela? Eu não sabia que horas eram e também não tava dando a mínima pra isso, eu queria era ir embora dali porque já tava todo mundo dando risada de quatro solteironas querendo encher a cara. Tempos depois, Thais morta (thank, God!), um violão e o início do fim: vou fazer uma canção tema para a noite de hoje: “a maior expressão de angústia pode ser a depressão, algo que você pressente, indefinível, mas não tente se matar, pelo menos essa noite não".
Todas menos essa. Essa noite? Não! Essa música. Outro caso do acaso passado despercebido.
Era um sinal.

Copo daqui, caneca de lá, flash, foto, pose. Que horas são?
Calma, ‘tamo’ saindo. Enche aqui, calibra dali, xixi, sapato, to pronta!
A gente sabe que ta na hora de sair (ou de ir embora) quando falta uma, se faltar é que tá tudo certo. Vamos!
Vamos sim, vamos ter paciência porque a noite promete.
Promete um bando de comanda vazia, um bando de bolso estourado, uma meia rasgada e meia hora tentando dançar.
"tô passando mal"
"o que?"
"não sei, to morrendo"
...era um sinal! Aliás, não era um, era O sinal! Ele tentou avisar, dar um toque, mas sabe como é a juventude de hoje: tudo acontece com os outros, nunca com nós mesmos.
E dessa vez aconteceu...
...caminho de sempre. Parada obrigatória, comida, risada, voltas e casa. A única diferença é que dessa vez tinha trilha sonora um tanto quanto inusitada e não muito agradável e algumas paradas com portas que abriam e fechavam alternadamente e alguém que não parava de rir nunca (nem de comer).

Nunca foi assim. Nem quando o mundo acabou.
Nem mesmo quando eu me senti sozinha em meio a tanta gente.
Logo eu que estava na base do "ok".
Mas nem por isso foi ruim. O lugar nem tava lá essas coisas como de costume. As pessoas também não estavam muito interessantes. Ficar a noite inteira ou meia hora não ia fazer diferença, afinal, ninguém ia lembrar desses minutos a mais ou a menos.
A gente nunca lembra, não é? Espero que os outros também não lembrem que estivemos por lá.
Quem sabe não foi um sonho.
Quem sabe a gente nem foi nessa balada. Quem sabe a Thais nem morreu ainda.
Quem sabe hoje não é sábado 3 da manhã e quem sabe eu to em alguma balada e não sei.
Não sei.
Desencana, eu não vou lembrar.
Me ajuda?
Afinal, o que aconteceu ontem?

22.1.09

- mãe acho que vou me matar.
(fala enquanto cai no chão simulando a própria morte)

- e você não tem vergonha de falar uma coisa dessas?

- não.
(levanta e sai para pegar um copo d'água)

21.1.09

Paris, amanhã?

Só agora me toquei de como Paris faz parte da minha vida. E foi de uma forma muito engraçada.
Pelas andanças diárias em meu humilde acervo musical, me deparei que vários artistas adoram entitular canções com o nome da capital francesa. E eu não estou falando de Édith Piaf. Me refiro a bandas recentes e bem conceituadas pelos críticos de plantão.


Paris, Paris, Paris!

Claro que, pra quem entende um pouco de cinema, não é difícil perceber que o cenário preferido de 10 entre 10 cineastas é Paris. Roteiros românticos, melosos e cenas de partir o coração tem como plano de fundo Paris. A luminosa Paris.
Fácil citar alguns deles:

2 Dias em Paris
Antes do pôr-do-sol (ainda confusa sobre o hífen)
Paris, Je T'aime (o meu preferido e com curta de brasileiro na jogada)
Moulin Rouge (o cabaré mais tradicional imortalizado por Nicole Kidman e Ewan McGregor)

Tá, eu nunca fui até Paris. Mas todo mundo vai. Todo mundo quer Paris.

Paris na moda, Paris de ontem, Paris moderna, Paris amanhã, ontem, hoje, agora, vai! Tchau!
A Paris da Torre Eiffel, da luxuosa Champs-Élysées, do Arco do Triunfo, da Guerra dos Cem Anos, do Louvre, da Monalisa, dos Palácios, dos croissants.
A Paris que viu Chopin crescer e morrer, que espalhou Allan Kardec pelo mundo, a que me apresentou Camille que um dia vai cantar Paris em algum novo cd...

Desculpa, amor

"Desculpa amor, mas essa noite eu não vou te ver".
Foi no carro indo pra casa, talvez tenha sido a música que tocava.
Ela dizia algo sobre ser feliz.

Acabei pensando em mim. E em você.

Faz tanto tempo que eu não vou por aí sem razão, sem horário, com vontade.
Faz tanto tempo que você não vê a rapaziada, não joga uma pelada, não bebe uma pra esquecer.
Não, eu não vou terminar.
Eu sei o quanto é bom te amar, mas só por hoje eu não vou me comportar.

Desculpa, amor.

em busca "b"

Eu sempre pensei em ter um blog.
Eu escrevo.
Com esse "boom-blog" teria a oportunidade certa de ver publicado alguns textos, umas viagens e muitas fugas.
Tá bom, eu criei um certa vez que foi enterrado logo depois por falta de estímulo.
'Carência de Comentários' trazia sua lápide. Passou.
Aí eu criei um fotolog, voltei a ter 15 anos, alguns Friends/Favorites e achei que mandaria bem mesclando fotos e fatos. Não era isso também. Eu queria mais.
Banquei a louca, perdi a estribeira e joguei de lado a vergonha do lado B quase nunca revelado de todos nós. O A já é bem estampado e, acreditem, é totalmente sem vergonha.
Quem cruzar por esse caminho (sem volta) pode não acreditar, mas eu convido o teu lado B também a mostrar.

20.1.09

o meu b.

I
Eu não sei quem eu sou.

Soul.

E também não sei pra onde eu vou.

Mas vou sem querer saber onde vai dar.

Só vou.

Vôo.

E vou só.

II
Certeza tenho eu de alguns amigos,

minha mãe, minhas histórias e

muitas outras que ainda hei de contar.